Minas Gerais

Democratização

Uma oficina para refletir e mudar a vida

Oficina de Imagens existe há 18 anos e promove ações que discutem os direitos dos jovens

Belo Horizonte |
O aniversário da ONG e o lançamento da revista foram comemorados em festa na rua, com teatro, música e pipoca
O aniversário da ONG e o lançamento da revista foram comemorados em festa na rua, com teatro, música e pipoca - Reprodução - Oficina de Imagens

Desenvolver projetos que articulassem as áreas de comunicação e educação: esse foi o ponto de partida para a criação da Oficina de Imagens, ONG mineira que atua para a manutenção dos direitos dos jovens e adolescentes desde 1998 e completou 18 anos na última terça (5). “Pensamos em quais são as informações de massa difundidas para os nossos jovens e como melhorar a qualidade dessas informações. Mas, além disso, pensamos em como fazer com que essa parcela da população tenha voz a partir da mídia”, explica o Coordenador Executivo da entidade, Bernardo Brant.
São desenvolvidas várias atividades que focam na conscientização dos direitos humanos, como oficinas de intervenção urbana, fotografia, audiovisual, e outras. 
O Cineclube Sabotagem, por exemplo, realiza sessões de cinema comentadas em escolas públicas municipais de Belo Horizonte. “Nascemos inspirados na pauta de democratização da comunicação e buscamos atividades que sejam comunitárias e que instiguem a formação crítica das pessoas”, explica Bernardo.
Revista Rolimã
Também na terça-feira (5), a nova edição de outro projeto da Oficina de Imagem ganhou forma. É a Revista Rolimã, publicação trimestral sobre questões que envolvem a infância, que desta vez não só ouviu jovens, como foi inteiramente produzida por eles. 
Assuntos que fazem parte do universo infanto-juvenil como sexualidade, empregabilidade e racismo foram abordados a partir da ótica de quem convive diariamente com essa realidade. É o caso de Larissa Campos, de 25 anos, que produziu a reportagem “Muito além dos castigos físicos”. 
A matéria chama a atenção para os tipos de violações cometidas contra as crianças, além da violência física. “Pude conhecer as pessoas a fundo, compartilhar e me envolver com cada relato. Eu e a Talita, que escreveu comigo, falamos sobre a negligência, o abuso de autoridade, aquele tipo de castigo que acontece só no olhar... Violências que são comuns e não são percebidas no dia a dia”, conta.
“Esses sofrimentos influenciam diretamente o convívio de meninos e meninas na escola, com os amigos, professores, rua e as pessoas não questionam porque não as consideram violência”, ressalta . Com a experiência, ela decidiu que quer ser jornalista. “Acho que era uma vontade que estava bem guardada em mim e eu não olhava, mas tomei muito gosto dela coisa. Temos que ser multiplicadores da mudança”, acredita.
Participaram também do lançamento a ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Nilma Lino e o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), Thiago Herdy.
Para ler as edições anteriores da publicação, acesse: www.issuu.com/oficinadeimagens4
 

Edição: ---