Petróleo

Pré-sal na mão de estrangeiros custará caro para o bolso da população, diz FUP

Na quinta, juiz do Amazonas suspendeu leilão por preços baixos, mas TRF da 1ª região cassou a liminar nesta sexta

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Durante coletiva de imprensa Décio Oddone, diretor geral da ANP,  disse que “os resultados superam em muito as nossas expectativas”
Durante coletiva de imprensa Décio Oddone, diretor geral da ANP, disse que “os resultados superam em muito as nossas expectativas” - Twitter/ ANP

Os leilões de campos de exploração de petróleo do pré-sal custarão caro para o bolso da população brasileira. A avaliação é de João Antonio de Moraes, diretor a Federação Única dos Petroleiros (FUP). 

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"Esse leilão significa que o brasileiro vai pagar mais caro na gasolina, vai pagar mais caro no gás de cozinha, vai pagar mais caro nos produtos plásticos que ele consume no dia a dia, vai pagar mais caro no ônibus. Porque ao entrarem empresas estrangeiras, elas trabalham com um custo mais alto e quem vai pagar esse custo mais alto é o cidadão comum", disse.

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Nesta sexta-feira (27), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), finalizou algumas rodadas dos leilões. Dos quatro campos oferecidos na 2ª rodada, o Sudoeste de Tartaruga Verde, na bacia de Campos, no Rio de Janeiro, não foi arrematado. Na 3ª rodada, entre os quatro campos disponíveis, o de Pau Brasil não obteve nenhum lance.  

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A holandesa Shell, a francesa Total, a norueguesa Statoil, a portuguesa Petrogal, a estadunidense Exxon, a chinesa CNPC, a britânica British Petroleum e a Qatar Petroleum, do Quatar, foram algumas das vencedoras das três áreas leiloadas por estrangeiras, muitas delas por meio de consórcios.  

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Com a nova rodada de leilões, Moraes também explica que, além do alto custo, a indústria nacional e o trabalhador brasileiro sofrerão com falta de empregos. "As empresas estrangeiras vão contratar bens e serviços nas suas nações de origem. Então significa que o pequeno e médio empresário brasileiro, vai ter menos serviços a prestar, porque ao invés de contratarem aqui, vão contratar fora e o trabalhador brasileiro não vai ter emprego", pontuou.

Ao todo, a ANP arrecadou R$ 6,15 bilhões no leilão, montante abaixo dos R$ 7,75 bilhões esperados. O baixo valor pedido pelo governo golpista de Michel Temer foi, inclusive, o motivo de uma ação impetrada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Manaus (AM), acatada na noite de quinta-feira (26) pela 3ª Vara Federal Cível da Justiça Federal do Amazonas, que suspendeu o leilão.  

No entanto, na manhã desta sexta, o Tribunal Regional Federal da 1ª região, derrubou a liminar, dando aval para o prosseguimento do leilão.

Edição: Simone Freire