JORNADA

Mulheres ocupam sede da CHESF em Paulo Afonso (BA)

A ocupação denuncia a tentativa da privatização da estatal e faz parte da Jornada de Lutas das Mulheres Sem Terra

Petrolina (PE) |
Cerca de 2 mil mulheres fecharam dois portões da empresa
Cerca de 2 mil mulheres fecharam dois portões da empresa - Marcha Mundial das Mulheres PE

Cerca de 2 mil mulheres ocuparam na manhã desta terça a unidade da Companhia Hidroelétrica do Vale do São Francisco (CHESF), na cidade de Paulo Afonso-BA. Desde a 5 da manhã dois portões da empresa foram fechados pelas militantes dos estados da Bahia, Pernambuco, Paraíba Sergipe e Alagoas.

A ocupação é um reivindicação contra a privatização da companhia ligada ao grupo Eletrobrás. O ato faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, que tem o tema “Mulheres em Luta contra as privatizações, em defesa do Rio São Francisco e da Chesf”, como explica Cristiane Albuquerque, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). "A jornada é realizada todo mês de março e esse anos as mulheres da Via Campesina e da Frente Brasil Popular estão lutando contra a privatização da CHESF e dizendo a esse governo golpista que não podemos entregar nossas riquezas". Além de militantes do MST, haviam também militantes da Marcha Mundial das Mulheres, Levante Popular da Juventude e de outros movimentos da Frente Brasil Popular.

A Chesf produz energia principalmente a partir de hidrelétricas instaladas no rio São Francisco, gerando energia para mais de 80% dos municípios nordestinos. Em setembro, após o ministro de Minas e Energia Fernando Coelho Filho anunciar que a CHESF não estaria desvinculada do projeto de privatizações da Eletrobrás, diversos movimentos sociais fizeram mobilizações sobre o tema. Caso seja privatizada, cerca de 7500 empregos de seis empresas ligadas a estatal estarão em risco.  Além da CHESF, usinas como a Eletronorte e Furnas também serão afetadas com o pacote de privatizações.

Edição: Monyse Ravena