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O que tu indica? | A dançarina

Este é o primeiro filme da realizadora e fotógrafa francesa Stéphanie Di Giusto

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Cartaz da obra
Cartaz da obra - Divulgação

Quero indicar o filme francês La Danseuse (A Dançarina, em português). Ele teve estreia mundial no final de 2016 e participou do Festival de Cannes e de Munique.

Este é o primeiro filme da realizadora e fotógrafa francesa Stéphanie Di Giusto. Trata-se de um drama biográfico sobre a vida da atriz e dançarina Loui Fuller, tida como uma das precursoras da dança moderna e inventora da Serpetine Dance.

A trama se passa na segunda metade do Século XIX e mostra a ida de Fuller dos Estados Unidos para Paris, sua aproximação com Toulouse Lautrec e os irmãos Lumiere, sua relação complicada com Isadora Dunca, mas, principalmente, sua entrega às criações e propostas artísticas.

Loie Fuller não tinha formação em dança, mas teve grande sucesso na época e ficou conhecida como a deusa da luz, já que suas apresentações uniam movimentos inovadores, feitos com um figurino de metros de seda estruturados por uma armação e expostos a feixes de luz. Ou seja, sua contribuição não se deu apenas em relação a dança, mas também a iluminação e cenografia.

Para além da estética e do roteiro bem estruturado, o filme nos provoca a pesquisar sobre as mulheres que causaram transformações importantes em suas áreas. Como é o caso da própria Isadora Duncan, que também aparece neste filme.

Isadora nasceu nos Estados Unidos e fez um grande sucesso em Paris. Sua inovação deu-se pelo fato de dançar descalça, usando túnica, com cabelos soltos, além de suas coreografias não seguirem as regras do balé clássico. Ela acreditava que a dança é sentimento e que deveria ser expressa livremente, e, também é tida como precursora da dança moderna e seu nome, inclusive, é mais difundido atualmente do que o de Loui Fuller.

A quem ficou interessada em saber um pouco mais desse universo da dança, sugiro buscar os grupos pernambucanos que, apesar do cenário hostil em relação a investimentos no campo artístico, têm produzido espetáculos de qualidade. Uma boa oportunidade para isso é o Festival de Dança do Recife, que acontece no mês de outubro.

*Elen Carvalho, jornalista, atriz e dançarina nas horas possíveis.

Edição: Catarina de Angola