AUTORITARISMO CRESCENTE

Bolsonaro é "triste escolha" do Brasil, diz editorial do New York Times

Candidato com 'visões repulsivas' possui 'opiniões grosseiras' e foi impulsionado por sentimento 'qualquer um fora o PT'

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New York Times ainda destaca que Bolsonaro é "nostálgico com os generais e torturadores" da ditadura civil-militar do Brasil
New York Times ainda destaca que Bolsonaro é "nostálgico com os generais e torturadores" da ditadura civil-militar do Brasil - New York Times/Reprodução

O jornal norte-americano New York Times publicou neste domingo (21/10) um editorial em que descreve o candidato à presidência Jair Bolsonaro como "a triste escolha do Brasil", afirmando que o deputado possui "visões repulsivas".

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O periódico classifica Bolsonaro como um dos populistas que surgiram pelo descontentamento e frustração política ao redor do mundo, comparando o ex-capitão do exército ao presidente norte-americano, Donald Trump.

"É um dia triste para a democracia quando desordem e decepções levam eleitores à distração e abrem as portas para populistas rudes, agressivos e ofensivos", diz.

O texto, assinado pelo conselho editorial do jornal, também lembra de episódios como quando o candidato disse à deputada do PT Maria do Rosário que ela "era muito feia pra ser estuprada", ou quando disse que "se tivesse um filho homossexual, preferiria que ele morresse". 

"As opiniões grosseiras de Bolsonaro são interpretadas como franqueza", diz o jornal, apontando que "não surpreendentemente, ele é frequentemente descrito como um Donald Trump brasileiro".

New York Times ainda destaca que Bolsonaro é "nostálgico com os generais e torturadores" da ditadura civil-militar do Brasil (1964-1988) e que sua candidatura está ligada não só aos ideais do "boi, bíblia e bala", mas que foi acompanhado de uma onda de "qualquer um menos o PT".

"Se ele chegar ao palácio presidencial, um dos perdedores será o meio ambiente e especificamente a floresta Amazônica", destaca o jornal, que lembra as promessas do ex-capitão de "desfazer muitas das proteções para florestas para abrir mais terras para o poderoso agronegócio do Brasil".

Edição: Opera Mundi