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Soberania alimentar é chave para acabar com a fome, diz Papa

Sumo pontífice abriu reunião do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), que ocorreu em Roma

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Segundo papa, é necessário garantir “que cada pessoa e cada comunidade possa desenvolver suas próprias capacidades de um modo pleno"
Segundo papa, é necessário garantir “que cada pessoa e cada comunidade possa desenvolver suas próprias capacidades de um modo pleno" - Wikicommons

Em reunião na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em Roma, o Papa Francisco defendeu a promoção da soberania alimentar como chave para combater a fome.

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Segundo o líder religioso, é necessário garantir “que cada pessoa e cada comunidade possa desenvolver suas próprias capacidades de um modo pleno, vivendo assim uma vida humana digna desse nome”, para que os povos e comunidades “sejam responsáveis pela própria produção e pelo próprio progresso”. 

A fala ocorreu durante a abertura do Conselho de Governadores do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), que ocorreu na última quinta-feira (14), com a presença de delegações de 38 países, populações indígenas e camponeses da América, África, Ásia e da zona do Pacífico.

O sumo pontífice também elogiou a maior descentralização adotada nos últimos anos pelo FIDA. Para ele, desenvolver e manter iniciativas que prezem por uma produção rural que respeite a autonomia dessas comunidades irá “melhorar as condições de vida das pessoas mais necessitadas”. 

Criado em 1977, o FIDA é um organismo da ONU que tem como objetivo fornecer financiamento para programas que promovam o avanço econômico de populações rurais pobres, ajudando a melhorar a produtividade dessas comunidades.

Soberania alimentar

O conceito de soberania alimentar foi formulado como um contraponto à ideia de segurança alimentar, estabelecida pela FAO. Defendido por organizações internacionais como a Via Campesina, a soberania alimentar estabelece que para uma população ser livre, ela precisa ser soberana e essa autonomia passa pela alimentação. 

Desde que foi concebido, o princípio orienta a atuação de grupos envolvidos na luta camponesa. Trata-se de uma proposta alternativa de produção e consumo contrária ao agronegócio e às políticas neoliberais promovidas por instituições financeiras e transnacionais.

Edição: Vivian Fernandes