Pernambuco

MOBILIZAÇÃO

MST ocupa sedes do Incra em vários estados do nordeste

Atos fazem parte da Jornada Nacional de lutas pela Reforma Agrária

Brasil de Fato | Recife (PE) |
As mobilizações são parte das denúncias do movimento contra o desmonte na política da reforma agrária no país
As mobilizações são parte das denúncias do movimento contra o desmonte na política da reforma agrária no país - MST

Durante o mês de abril, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza uma série de atividades no campo e na cidade para conscientizar a sociedade em torno da necessidade da reforma agrária no Brasil. A Jornada Nacional de lutas pela Reforma Agrária, conhecida também como Abril Vermelho, iniciou nessa terça (16) uma rodada de ocupações nas sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

As ações rememoram os 23 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, que deixou 19 trabalhadores sem terra mortos no Pará em 17 de abril de 1996. Além disso, a pauta de mobilização do movimento é a denúncia dos retrocessos na política da reforma agrária promovidos pelo governo Bolsonaro.

No Recife, os militantes ocuparam a sede do Incra no início a manhã. Após, uma marcharam pelas ruas da cidade até a sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), com o objetivo de dialogar com o governo do estado, com uma pauta reivindicando melhorias nos assentamentos do estado. De acordo com o movimento, só em Pernambuco são mais 160 famílias acampadas aguardando a desapropriação de terras improdutivas.

Jaime Amorim, dirigente do MST, reforça a necessidade do fortalecimento da reforma agrária como política de Estado “A reforma agrária é a melhor forma de construir a democracia no campo e incentivar a produção de alimentos saudáveis. Em PE são 226 assentamentos produzindo para o mercado local, para as agroindústrias e o principal, produzindo uma vida justa e digna para as famílias assentadas”.

Já no estado de Alagoas, cerca de três mil camponeses e camponesas pautaram uma série de demandas em uma reunião com o governador Renan Filho (MDB), com a presença de secretários e representações dos movimentos de luta pela terra de Alagoas. As demandas, já conhecidas pelo Poder Público Estadual, vão desde reivindicações de infraestrutura para as áreas de acampamento e assentamento da Reforma Agrária, até a negociação em torno da criação de uma política estadual de fomento e fortalecimento da Agricultura Familiar e Reforma Agrária no estado.

No Rio Grande do Norte, o MST ocupou a sede do Incra em Natal com cerca de 500 trabalhadores e trabalhadoras do campo. O objetivo, em concordância com a pauta nacional, é denunciar o desmonte da reforma agrária no estado e cobrar soluções do órgão para os trabalhadores e trabalhadoras do campo.

No Ceará, o movimento seguiu em marcha pelas ruas de Fortaleza e ocupou o Incra. Desde ontem (15), cerca de mil Sem Terra ocupam a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) do estado do Ceará.

Edição: Monyse Ravenna