Minas Gerais

HISTÓRIA

56 anos do massacre de Ipatinga (MG)

Depoimento de José Benedito conta detalhes sobre a repressão aos trabalhadores da Usiminas

Ipatinga (MG) |
"A polícia era sem educação mesmo. Eu pensei: 'Meu Deus, vai matar!""
"A polícia era sem educação mesmo. Eu pensei: 'Meu Deus, vai matar!"" - Nilmar Lage

Em 7 de outubro de 1963, uma greve de operários da Usiminas, empresa instalada nos anos de 1950 na cidade do Leste de Minas, pedia que acabassem as humilhações nas revistas de entrada e saída do serviço, além de melhorias nas condições de trabalho.

Cerca de sete mil pessoas aguardavam o término de uma reunião que envolvia a direção da Usiminas, o sindicato, Polícia Militar e lideranças religiosas para investigar as circunstâncias de um conflito na noite anterior.

Antes do fim da negociação, um policial começou a atirar. Segundo os relatos, os disparos pareciam para o alto, mas pessoas começaram a cair. Oficialmente, foram oito mortos. Entre eles uma criança de três meses que estava no colo da sua mãe. No entanto, testemunhas afirmam que o número pode ser dez vezes maior.

Alguns policiais envolvidos chegaram a ser detidos por 30 dias e foram afastados da corporação. Depois do golpe militar de 1964, as punições foram revertidas. Em 2013, a Comissão Nacional da Verdade voltou a investigar o tema, inclusive o número real de assassinados, que ainda segue em aberto.

Assista ao depoimento de José Benedito, ex-trabalhador da Usiminas:

Edição: Joana Tavares