Livre

Em clima de festa, multidão se aglomera em São Bernardo do Campo à espera de Lula

Mobilização ocorre no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, no ABC Paulista, após 580 dias de prisão do petista

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Multidão aguarda discurso de Lula em frente a sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo
Multidão aguarda discurso de Lula em frente a sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo - Nieves Rodrigues/MST

Entre fogos de artifício de celebração, música, churrasco e sorrisos, uma multidão recebeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Ele chegou na sede por volta das 12h50 deste sábado (9). A previsão é que ele fale às 15h.

Em liberdade, ele estava acompanhado da presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffman, além de Lindbergh Farias (PT), Guilherme Boulos e Marcelo Freixo, ambos do PSOL.


Lula chegou ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC por volta das 12h45 (Foto: João Pompeo)

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Ecoando "Lula eu vim aqui só pra te ver", a população se aglomerou para a recepção do ex-presidente, que retribuiu com abraços e beijos, antes de entrar no sindicato.

Nas ruas, as pessoas comemoram emocionadas a liberdade de Lula. A funcionária pública Maria Inês Morçarini, 60, se emocionou ao conversar com a reportagem do Brasil de Fato. "Só de começar, eu já fico emocionada, é muita emoção. É só alegria! Eu estive em São Paulo junto ao sindicato e, diante da Constituição, ele tinha que ser solto", afirmou. Na visão da manifestante, a liberdade de Lula é a esperança dos brasileiros neste momento. 

A jornalista e escritora Sônia, 66 anos, espera recebê-lo com o “carinho que ele merece”. “A sensação é de justiça. Estou muito feliz. Ontem, chorei, pulei, fiquei maluca. A expectativa é que ele faça a diferença agora aqui fora. O melhor de tudo seria ele ser novamente o nosso presidente”, disse ao Brasil de Fato.

Os arredores do sindicato também estão repletos de barraquinhas com a venda de camisetas, bandeiras e botons de luta. Uma delas é a do vendedor e motorista Sonival dos Santos Silva, 44 anos. "A expectativa de hoje é vender bastante, afinal é Lula Livre, né?", comemorou. Sonival comparou o momento de celebração com o dia da prisão de Lula, em 7 de abril de 2018, em que também esteve presente. "Ano passado foi uma decepção, e hoje é uma alegria. Ele está solto e está aqui com a gente. É só alegria, só festa. Agora é Lula Livre", celebrou.

 O motorista Sonival dos Santos Silva, 44 anos, é apoiador do Lula, mas aproveitou para vender camisas (Pamela Oliveira/Brasil de Fato)

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No local, também estão dirigentes políticos e de movimentos populares. Rosana Fernandes, da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), destacou a continuidade da mobilização para comprovar inocência de Lula. 

“Não temos dúvida de que a conquista da liberdade do presidente no dia de ontem é uma página a mais nessa história toda. Vão continuar ataques e ofensivas. Acreditamos que vai ser luta permanente da classe trabalhadora”, avaliou. 

Ela aponta que, do ponto de vista jurídico, o ex-presidente estará bem assessorado, mas que é fundamental a pressão política. “Os partidos e as organizações de esquerda que vão dar conta do recado para que ele se mantenha em liberdade, fazendo as lutas”, acrescentou. 

Para a vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Elida Leila, a liberdade de Lula representa uma vitória para a democracia brasileira. “Vamos seguir organizando e mobilizando o povo brasileiro contra a retirada de direitos e os ataques à soberania do país. A prisão de lula, por ser política, está nesse espectro, tem o objetivo de frear projeto nacional de desenvolvimento”, avaliou. 

Edição: Camila Maciel