Pernambuco

PREVENÇÃO

Sindipetro PE\PB afirma que Petrobras não implementou medidas de segurança ou higiene

Petrobras pode sofrer com greve sanitária em Pernambuco por causa do coronavírus

Brasil de Fato | Recife |
A FUP denuncia que a empresa se recusa a discutir propostas para garantir a segurança de todos os funcionários - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Em todo o mundo, trabalhadores de setores essenciais, que não podem paralisar as atividades mesmo com a pandemia do coronavírus, estão cobrando das empresas medidas de prevenção para evitar o contágio nos locais de trabalho. Um desses setores é a indústria do petróleo. Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirma que a Petrobras vem protegendo a direção da empresa enquanto subestima a propagação do vírus entre funcionários, quando “a diretoria e as gerências da Petrobras estão de quarentena, no aconchego de seus lares, os petroleiros devem manter a produção a qualquer custo. Nas áreas offshore, os trabalhadores são confinados por sete dias em um quarto de hotel, afastados da família, antes de embarcar para as plataformas, onde são obrigados a permanecer por 21 dias”, de acordo com a nota publicada no site da Federação. 


Em Pernambuco, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo dos Estados de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro-PE/PB) solicitou à gestão da Refinaria Abreu e Lima a adoção medidas dentro e fora da empresa, como explica Rogério Almeida, presidente do sindicato  “Estamos solicitando que só fique quem for realmente imprescindível para manter o mercado de combustíveis abastecidos, e pra quem for ficar trabalhando, estamos exigindo o teste para o coronavírus e higienização constante do local de trabalho. No transporte estamos pedindo para que se respeite uma distância segura entre passageiros e que os carros fiquem com as janelas aberta e sejam higienizados constantemente”. 


A FUP também denuncia que a empresa se recusa a discutir propostas para garantir a segurança de todos os funcionários, incluindo os terceirizados, que possuem vínculo empregatício frágil e já vem há tempos sofrendo com as más condições de trabalho, além do descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho firmado há menos de um mês após a greve nacional da categoria, anunciando punições e demissões de trabalhadores grevistas.


Se a empresa continuar negligenciando a saúde dos trabalhadores, o sindicato prevê uma greve sanitária nas próximas semanas, quando a pandemia pode atingir um ponto crítico, como projeta Rogério “se começar a acontecer contaminação no ambiente de trabalho a greve ocorrerá naturalmente, pois os trabalhadores simplesmente irão ficar em casa pra não se contaminar e consequentemente contaminar suas famílias”.

Edição: Monyse Ravena