Pernambuco

CORONAVÍRUS

Índice de isolamento em Pernambuco diminui e governo avalia implantação de lockdown

Com aglomeração em bancos, as escolas estaduais se tornarão centrais de informações sobre o Auxílio Emergencial

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Na semana passada, o índice de isolamento no Recife foi de apenas 47% - Tereza Vaz

Se há poucas semanas atrás Pernambuco era o segundo estado do país com maior índice de isolamento, calculado em 50,6% e alguns dias chegando aos 60%. De acordo com a empresa In Loco, agora os números começam a cair, como na semana passada, quando o índice foi de 47%. Mesmo no cenário das semanas anteriores, o percentual ainda estava abaixo do considerado mínimo ideal pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 70%. Para tentar subir novamente os índices, existem dois grandes desafios: acabar com a aglomeração em locais como a Caixa Econômica Federal, que tem registrados filas quilométricas, o que coloca o risco de contaminação para a população que já vivem em vulnerabilidade social e organizar o “lockdown”, que é o endurecimento das medidas de isolamento. 


Com o crescimento rápido de casos e mortes por coronavírus somados à ocupação de 98% dos leitos de UTI, o Governo do Estado anunciou nesta segunda-feira (04) que vem analisando medidas de endurecimento do isolamento. Como é chamado, o lockdown, que é o bloqueio total das cidades, proibindo a entrada e saída de pessoas; a interdição de vias dentro das cidades, para evitar o deslocamento e proliferação do vírus e um maior monitoramento das pessoas que estão nas ruas; monitoramento da temperatura corporal para entrar em estabelecimentos e um limite de saídas de casa, mesmo para comprar alimentos ou medicamentos; como foi implantado na China e em vários países da Europa. 


A possibilidade que vem sendo estudada pelo governo estadual é menos rígida, mas ainda assim efetiva. Consideração a situação social e econômica do estado, medidas como a restrição de veículos particulares e transporte público e barricadas para diminuir a circulação entre regiões podem ser adotadas. Uma proposta já foi enviada para a Assembleia Legislativa e um ofício para o Comando Militar do Nordeste e para o Ministério da Saúde também foi enviado, solicitando o apoio das duas instituições para implantar as medidas restritivas. 

Auxílio Emergencial 


As filas em torno das agências da Caixa Econômica Federal para sacar o Auxílio Emergencial e tirar dúvidas sobre o benefício tem se tornado uma preocupação no estado. Por isso, Paulo Câmara anunciou ontem (04), que 26 escolas da rede estadual e o Centro de Convenções serão disponibilizados para funcionarem como centrais de informações sobre o Auxílio Emergencial. Para o governador “A iniciativa vai permitir que grande parte das pessoas que estão se aglomerando nas filas possam ser atendidas pelas equipes da própria Caixa com melhor estrutura e seguindo todas as medidas recomendadas para autoridades sanitárias”. Além disso, o governo sugeriu à Federação Brasileira de Bancos, que os saques possam ser realizados em outros bancos públicos e privados.

Hospitais de Campanha


Nesta terça (05) começa a funcionar no Recife mais um hospital de campanha. O hospital provisório Recife 3 é o sétimo construído pela prefeitura para lidar unicamente com casos de coronavírus. Ao total, são 107 leitos, sendo 27 de enfermarias e 80 de unidade de terapia intensiva (UTI), sendo que desses, 20 já estão equipados com respiradores e podem receber pacientes. Cerca de 600 profissionais foram contratados para trabalhar no local, que é o último dos sete hospitais provisórios feitos com recursos da prefeitura. Em todo o estado, a estimativa é criar cerca de 15 unidades temporárias nas cidades de Paulista, Olinda, Cabo de Santo Agostinho, Toritama, Serra Talhada e Petrolina.

Edição: Monyse Ravena