Rio Grande do Sul

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Policiais Civis do RS protestam por pagamento de salários e suspensão dos consignados

Ato nesta segunda vai respeitar medidas de segurança e cobrar ainda solução para permanência de presos nas delegacias

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Manifestação ocorre a partir das 10 horas da manhã em frente ao Palácio Piratini - Luiza Castro

Policiais Civis do Rio Grande do Sul realizam, nesta segunda-feira (01), uma manifestação pedindo o pagamento dos salários da categoria e a suspensão do pagamento dos empréstimos consignados durante a pandemia do coronavírus. A atividade acontece em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, a partir das 10 horas da manhã. O objetivo é reunir uma quantidade pequena de policiais, garantindo o cumprimento de todas as normas de distanciamento social, guardando uma distância segura entre os manifestantes, além da utilização de máscaras de proteção.

As atividades começam às 9h30, quando a direção do sindicato será recebida pelo presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo (PP). No encontro, a direção da Sindicato dos Agentes de Polícia do RS (UGEIRM) tratará, além do pagamento dos salários de abril e da suspensão dos empréstimos consignados, da permanência de presos nas carceragens das Delegacias de Polícia.

Salários de maio não têm previsão de pagamento

Apesar da manutenção das suas atividades durante a pandemia, a categoria não recebeu os salários de abril. A previsão do governo é de quitação desses salários somente no dia 12 de junho. Mesmo assim, essa previsão está condicionada à liberação da ajuda da União aos estados e municípios. Quanto aos salários de maio, o governo do estado divulgou um calendário que não garante nem mesmo o pagamento da primeira parcela para quem recebe até R$ 1.500.

Suspensão do pagamento dos empréstimos consignados

Mesmo sem pagar os salários dos servidores, o governo do estado se recusa a atender à reivindicação dos sindicatos, que pedem a suspensão do pagamento das parcelas dos empréstimos consignados, sem custos adicionais, enquanto durar a pandemia do coronavírus. O refinanciamento oferecido pelo Banrisul é uma verdadeira armadilha. Ao jogar as parcelas não pagas para os meses de agosto, setembro e outubro, aumenta o endividamento dos servidores, com um claro risco de insolvência de uma grande parcela do funcionalismo e dos aposentados.

92 presos lotam carceragens


Presos em delegacia de Canoas mostram risco ao coronavírus das carceragens lotadas / Divulgação URGEIRM

Mesmo com a decisão do Tribunal de Justiça, que obriga o governo do estado a retirar todos os presos das celas das Delegacias de Polícia gaúchas, mesmo com a promessa do vice-governador, de intervir junto à Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE) para que os presos sejam transferidos das delegacias, 92 presos lotavam as celas das Delegacias da Capital e da Região Metropolitana, informa o UGEIRM em nota no seu site. “Somente em Canoas, são 35 presos amontoados na DPPA. Com carceragens lotadas e presos empilhados em celas sem nenhuma condição para tal, a possibilidade de contágio pelo coronavírus deixa de ser um risco e passa a ser quase uma certeza”, diz o texto.

“Ao se recusar a cumprir a decisão do Judiciário, o governo do estado coloca os (as) Policiais Civis em uma situação de quase certeza de contágio pelo coronavírus. A situação atual desses profissionais é de uma total insegurança quanto a possibilidade de, ao voltar para suas casas, levar a doença para seus familiares”, critica o sindicato. A nota lembra que a manutenção de presos nas delegacias vai contra qualquer política séria de contenção da covid-19. “As Delegacias de Polícia são locais de circulação de cidadãos, que buscam os serviços da Polícia Civil. Empilhar presos nas celas é colocar essas pessoas, também, em risco. Esse descaso do governo Eduardo Leite só pode ser definido por uma palavra: irresponsabilidade!”

O sindicato afirma que continuará denunciando essa situação. “A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o Tribunal de Justiça, a Assembleia Legislativa, a Defensoria Pública e o Ministério Público, já foram notificados através de ofício do sindicato. O governo precisa ser cobrado por toda a sociedade em relação a essa irresponsabilidade. É a vida dos (as) gaúchos (as) que está sendo colocada em risco, ao serem expostos ao contágio pelo coronavírus”, conclui.

Edição: Marcelo Ferreira