Pernambuco

CASO MIGUEL

Família Corte Real está cadastrada no Auxílio Emergencial da Caixa

TCE investiga porque Mirtes Renata e sua mãe constam como funcionárias da Prefeitura de Tamandaré

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O pedido foi feito no dia 14 de maio e até o momento consta em análise. - Arquivo Pessoal

Sari Gaspar Corte Real, a primeira-dama da cidade de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco, acusada pela morte de Miguel Santana, de cinco anos, filho de sua empregada Mirtes Renata, está cadastrada no Caixa Auxílio Emergencial. A informação foi divulgada no último domingo (07) pelo portal de jornalismo Notícia Preta.

De acordo com o cadastro no DATAPREV, o site para consulta do benefício, o pedido foi feito no dia 14 de maio e até o momento consta em análise. No entanto, não se pode afirmar que, de fato, a solicitação tenha sido feito pela primeira dama.

De acordo com a Caixa Econômica Federal, 10,2 milhões de pessoas estão com pedido em análise. Desse total, 5,2 milhões estão em primeira análise e 5 milhões em segunda ou terceira análise, quando o cadastro foi considerado inconsistente e a caixa permitiu a contestação da resposta ou a correção de informações. Cerca de 59 milhões de benefícios haviam sido liberados e mais de 42 milhões negados.

A morte de Miguel vem trazendo a público informações até então secretas da família. Sérgio Hacker Corte Real, marido de Sari e prefeito de Tamandaré, contratou Mirtes Renata e sua mãe Marta Souza, a avó de Miguel, como funcionárias públicas na Prefeitura. Mesmo realizando o trabalho de domésticas da casa da família, as duas constam desde 2017 como trabalhadoras do município, sendo pagas com os recursos da Prefeitura.

As informações estão no Portal da Transparência de Tamandaré. Na Folha de Pagamento da Prefeitura, consta o pagamento de um salário de R$ 1.517, 57 até março de 2020. No entanto, nos dois últimos meses, abril e maio, o pagamento baixou para  R$ 1.093, 62, que é o valor atual do salário mínimo, deixando a remuneração com R$500 a menos do que as anteriores.O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE - PE) deu início às investigações na Prefeitura de Tamandaré, na tentativa de averiguar a possibilidade de outras fraudes. O Brasil de Fato PE tentou entrar em contato com a Prefeitura de Tamandaré, mas não obteve resposta.

Edição: Monyse Ravena