Pernambuco

MOBILIZAÇÃO

Em Pernambuco, entregadores marcam nova paralisação para 25 de julho

Mesmo com mobilização que levou milhares de entregadores às ruas, apps ainda não fizeram nenhuma proposta à categoria

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Nessa segunda rodada de paralisações, categoria vem recebendo demonstrações de apoio e solidariedade - Pedro Caldas/Jornalistas Livres

Após o sucesso do ato no dia 1º de julho, os entregadores de aplicativos marcaram uma nova paralisação da categoria o dia 25 de julho. O Breque dos Apps se tornou um movimento que mobilizou motofretistas em todo o país a fim de reivindicar melhoria nas suas condições de trabalho para aplicativos como Rappi, Uber Eats, Loggi e Ifood. 

O grande objetivo dos entregadores com o  Breque Dos App é a valorização da categoria, visto que o valor que recebem por entrega é irrisório e precisam trabalhar um grande número de horas para garantir sua sobrevivência. “Precisamos regulamentar isso, a gente não pode permitir que esses trabalhadores continuem jogados, continuem na situação que está, estamos lidando com seres humanos, com famílias”, falou Rodrigo Lopes, motofretista e presidente da Associação dos Motofretistas de Pernambuco (AMAP-PE), que ressalta a importância do apoio popular para que os profissionais garantam a sua subsistência, “A gente quer chamar a população para o nosso lado, a gente quer mostrar o que a gente passa, suporta, encara e sofre para ganhar um valor que não é viável. R$ 3,50 ou R$ 4,00 não é valor para um ser humano que faz um serviço tão importante receber”.

Os entregadores marcaram uma nova paralisação para o dia 25 de julho por não terem alcançado os resultados esperados e a precarização continuar. ”Mesmo com a paralisação do dia 1º (os aplicativos de entrega) não deram importância, eles se depararam, fizeram seu resumo ali, mas continuou na mesma coisa. Então a guerra continua!”, disse o presidente da associação.

Solidariedade

O movimento dos entregadores considera que o apoio da população é essencial, como ocorreu com as doações de marmitas e cestas básicas feitas pelo Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O movimento distribuiu 600 refeições feitas com alimentos ourindos da Reforma Agrária no ato levantado por entregadores e entregadoras dos aplicativos na última quarta-feira (01) e disponibilizou a sede do Armazém do Campo Recife, no bairro Santo Antônio, área central da cidade, como ponto de apoio para os entregadores. "Foi uma iniciativa muito boa do pessoal do Armazém do Campo, que viu a necessidade da nossa categoria e se propôs a ajudar. Isso é muito bom, porque mostra que tem pessoas do lado da categoria” afirmou Rodrigo. Além disso, no último sábado (4), o movimento doou  550 cestas básicas com produtos da Reforma Agrária Popular para a categoria. 

Essa iniciativa do MST de apoio à categoria destaca a importância do movimento dos entregadores. O movimento também irá contribuir com marmitas para o almoço no ato do dia 25 em parceria com alguns sindicatos "É uma solidariedade de classe com uma parcela da população que está fazendo um esforço sobre-humano para sobreviver neste momento de pandemia e que foi muito importante. Enquanto boa parte da população estava em casa, eles estavam ralando na rua e é muito contraditório eles serem os principais transportadores de comida pronta para a galera consumir em casa e eles não terem o que comer", disse Paulo Mansan, dirigente estadual do MST, que completa "o MST se solidariza com essa categoria e em solidariedade entrega alimento saudável para esse povo, então, enquanto eles transportam uma comida que eles não podem comer, nós compartilhamos a nossa comida que a gente produz”.

Edição: Vanessa Gonzaga