Paraíba

LGBTFOBIA

Mel emite nota de repúdio à professora de biologia de JP por homofobia em live

"Uma fala preconceituosa, transpondo a linha da civilidade, do respeito e da dignidade da pessoa humana", diz documento

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
"A professora Rumanelly Reis, que tem por missão de educar, mostrou despreparo ao reverberar no espaço cibernético, uma fala preconceituosa" - Reprodução

A professora de biologia, Lourdes Rumanelly Mendes dos Reis, que ensina em duas escolar privadas em João Pessoa, disse, durante uma live transmitida no dia 1º de julho pelo Instagram, que pessoas homossexuais e transexuais são “aberrações, pervertidas e pecadoras”. No vídeo, a professora condena o que chama de “práticas sexuais não reprodutivas”. A Delegacia de Crimes Homofóbicos de João Pessoa está acompanhando o caso e a Defensoria Pública do Estado da Paraíba pediu que a professora se retratasse.

A professora se pronunciou por nota, confira:


Nota de Esclarecimento da Professora Lourdes Rumanelly / Reprodução

Por conta dessas declarações, o Movimento do Espírito Lilás (MEL) publicou uma nota de repúdio às declarações feitas pela professora, julgando-as como "discurso de ódio e intolerância contra a população LGBTI+".

Confira:

NOTA DE REPÚDIO

O Movimento do Espírito Lilás (MEL), organização que atua no Estado da Paraíba, desde 1992, na defesa dos direitos dos gays e bissexuais, repudia com veemência as declarações da professora LOURDES RUMANELLY MENDES DOS REIS ao proferir durante uma live discurso de ódio e intolerância contra a população LGBTI+.

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADO) 26 e o Mandado de Injunção (MI) 4733, onde a Corte Constitucional reconheceu a omissão do Congresso Nacional em aprovar Projetos de Lei em tramitação sobre atos atentatórios a direitos fundamentais a comunidade LGTBI+ equiparando a homofobia e a transfobia ao crime de racismo, previsto na Lei nº 7.716/1989.

A professora Rumanelly Reis, que tem por missão de educar para o respeito e a inclusão da diversidade, em observância as leis em vigor, mostrou despreparo ao reverberar no espaço cibernético, uma fala preconceituosa, transpondo a linha da civilidade, do respeito e da dignidade da pessoa humana, ignorando os tratados internacionais, os quais o Brasil é signatário.

É tarefa do sistema de ensino público ou privado (citar a LDB), zelar por uma educação que forme cidadãos com senso crítico e que respeite os direitos humanos, combata à discriminação, que torna o Brasil um dos países mais violentos contra a população LGBTI+ do mundo. Acionaremos todas as medidas cabíveis, para punir e reparar os danos causados no rigor da Lei.

Movimento do Espírito Lilás – MEL
João Pessoa, 12 de julho de 2020

Edição: Heloisa de Sousa