Paraná

OPINIÃO

''Sobra cloroquina, faltam anestésicos'', por Alexandre Padilha*

A sanha genocida do governo Bolsonaro fica cada vez mais escancarada

Alexandre Padilha |
Alexandre Morais é professor universitário e deputado federal pelo PT-SP - Foto: Divulgação I Diagramação: Vanda Morais

A sanha genocida do governo Bolsonaro fica cada vez mais escancarada quando analisamos a característica da execução dos recursos do Ministério da Saúde do governo federal.  

O último capítulo são as provas que mostram que Bolsonaro tem direcionado os recursos públicos para medicamento sem eficácia, como a cloroquina, que está com um estoque acumulado. Fora isso, existem os gastos e compras de insumos da Índia seis vezes maior do que o preço normal, ao mesmo tempo em que faltam recursos públicos e iniciativas do governo federal para a compra de medicamentos com eficácia já reconhecida e comprovada, como por exemplo, anestésicos  fundamentais para manter os pacientes em ventilação mecânica e salvar vidas. 

As evidências vêm das informações obtidas junto às atas de reuniões do Ministério da Saúde e do comitê de operação emergencial do governo federal, que mostram que há mais de dois meses o Ministério havia sido noticiado de duas questões: uma, do risco real da falta de medicamentos anestésicos fundamentais para manter os pacientes em ventilação mecânica; A outra é sobre a incapacidade da indústria nacional multiplicar a produção de cloroquina como queria Bolsonaro.  

O que fez o governo federal? Não tomou atitudes concretas - e usou mecanismos para esconder as informações em relação ao risco da escassez dos medicamentos anestésicos, que geraram uma grande crise que se arrasta há quase 2 meses nas UTI's. e agora chegou o momento mais crítico, como por exemplo o que se passa no estado do Paraná. 

Este é mais um capítulo da novela genocida de Bolsonaro que mostra que existem atos deliberados para colocar a população em risco. Porque gastar recursos do Ministério da Saúde com medicamentos sem eficácia e não investir esses recursos na compra e na aquisição de medicamentos com eficácia comprovada como os anestésicos, é, sim um ato deliberado para colocar a população em risco. 

*Médico, professor universitário e deputado federal eleito pelo PT-SP. Foi Ministro da Saúde de Dilma e Secretário de Saúde na gestão Fernando Haddad em SP. 

Edição: Gabriel Carriconde