Pernambuco

Semiárido

Projeto para convivência com o semiárido promove troca de experiência entre países

Organizações latinoamericanas pretendem fazer intercâmbio de práticas e técnicas entre Brasil, Argentina e El Salvador

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O projeto promove o intercâmbio entre países da América Latina através da sistematização de boas práticas de convivência com o semiárido - Foto: Ubirajara Machado

Para valorizar e estimular o conhecimento local, o projeto "Daki - Semiárido Vivo" atua na formação de técnicos e gestores a partir da sistematização de boas práticas de agricultura resiliente ao clima, contribuindo para a troca de experiências entre três regiões diferentes da América Latina: o semiárido do Nordeste brasileiro, o chaco argentino e o corredor seco de El Salvador. 

Neste projeto do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) irá atuar junto a outras duas agências latinoamericanas: a Fundación Nacional para el Desarrollo (Funde) em EL Salvador e a Fundación  para el Desarrollo en Justicia y Paz (Fundapaz) na Argentina. 

A sigla Daki, do inglês, significa conhecimento sobre a adaptação às terras secas e visa auxiliar os técnicos e agricultores a lidar com as mudanças climáticas. Para Antônio Barbosa, coordenador do projeto na ASA, o DAKI traz uma perspectiva muito positiva. “É a forma de conhecer, de trocar, de intercambiar que vai fazer a diferença. A gente avalia isso como uma grande oportunidade. Colocar na centralidade o conhecimento dos povos e a mudança nessas regiões, que são regiões super necessitadas, caracterizadas as vezes por não ter água, ou não ter acesso a terra”, comenta. 

Hardi Vieira, oficial de Programas FIDA para o Brasil, explica como acontecerá este contato entre os diferentes países. "Será desenvolvido uma plataforma online de formação para os técnicos e assistência técnica. A plataforma estará disponibilizada em português e em espanhol”. Com isso, será possível que os dados e conhecimentos obtidos sejam acessados por pessoas de outros países, além dos que participam do programa. “Também haverá uma capacitação e treinamento de forma física, e com isso as capacidades serão aumentadas para que nossos técnicos tenham mais conhecimento na área de resiliência climática, não só com temas relacionados a acesso a água, mas também com outros temas, como por exemplo sistemas agroflorestais”, completa Hardi. 

Segundo o FIDA, o projeto irá preparar o início de outro projeto mais amplo, que está na fase final de elaboração, junto com o Fundo Verde do Clima, previsto para iniciar em 2021 para atuar na região semiárida do Brasil. 

 

Edição: Monyse Ravena