Pernambuco

SEM CARRO

Dia Mundial Sem Carro propõe mudança de hábitos e da relação com a cidade

Na data, cicloativistas propõem que as pessoas deixem o carro em casa e experimentem outros transportes

Brasil de Fato | Recife (PE) |

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Data foi criada na França, em 1997, para gerar uma relfexão sobre o uso de automóveis e o preparo da cidades para outras formas de locomoção - Banco de Imagens

No dia 22 de setembro é celebrado o Dia Mundial Sem Carro. A data criada na França, em 1997, e propõe que as pessoas deixem seus carros na garagem e optem por outros meios de transporte como o ônibus, bicicleta, patinete, entre outros. O objetivo é fazer com que os cidadãos reflitam sobre a mobilidade urbana e possam adotar o hábito de utilizar meios de transporte menos poluentes e experimentem a cidade de uma forma diferente.


"A ideia da campanha é que a quem essa mensagem chegue faça essa experiência de deixar o carro em casa e sair de casa num outro transporte, seja à pé, de ônibus, de patins, do jeito que você quiser. A ideia é que você pare para pensar: será que eu preciso do carro para ir à padaria? será que eu preciso do carro para tudo?", afirmou Rodrigo Lucas, arquiteto urbanista e integrante da BikeAnjo, uma Rede de cicloativistas que promove, mobiliza e ajuda pessoas a começarem a utilizar esse meio de transporte na cidade..

Para Gaia Lourenço, coordenadora da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), o que mais impede as pessoas de abraçarem a possibilidade de utilizarem outro meio de transporte é também a insegurança no trânsito. "Quando as pessoas se sentirem seguras com estruturas cicloviárias nas ruas, elas vão poder adotar esse estilo de vida para poder se transportar dessa maneira sem se sentir tão vulneráveis quanto elas se sentem hoje. O poder público tem que garantir o espaço do ciclista, um espaço que não vai ser invadido pelo motorista", afirmou. Nesta terça (22), a rede promoveu um ato de conscientização Carros de Bambu, na qual serão montadas estruturas de varas de bambu ao redor das bicicletas, simulando o mesmo espaço que um carro de passeio ocuparia na via. 

JuDolores, que se autodenomina uma Feminista de Bike, usa a bicicleta como meio de transporte principal e acredita no poder transformador do meio de transporte. "Usar a bicicleta como meio de transporte principal é uma das grandes sortes e privilégios da minha vida. Aconteceu muito sem planejamento e veio de uma proximidade que o movimento social acabou me trazendo com o pessoal da massa crítica e da bicicletada. Eu acabei indo com bicicleta emprestada, aí fui convivendo com aquele pessoal e começou a se falar de coisas que eu nunca tinha ouvido falar e nem prestado atenção e isso me capturou muito", relatou. "O Dia Mundial Sem Carro é uma oportunidade para que a gente discuta um assunto que é tão importante e interfere e muda você de um jeito muito genuíno como indivíduo.", concluiu

O Dia Mundial Sem Carro tem o objetivo de repensar o próprio modelo de sociedade e repensar as práticas do cidadão no trânsito e no porquê da necessidade de se utilizar formas diferentes do carro para se locomover. "Eu sou cicloativista para a minha mãe poder se sentir segura em pegar uma bicicleta e pedalar pela cidade sem estar arriscando a sua vida, para crianças, para idosos. A gente quer uma cidade acessível para todo mundo e uma cidade segura para bicicleta é uma cidade segura para todo mundo", disse Gaia, que acredita que " nossa a missão é transformar as cidades através da bicicleta, em ambientes mais humanos, sustentáveis e democráticos".

Edição: Vanessa Gonzaga