Pernambuco

LEITURA

A maior parte dos leitores recifenses são mulheres e pessoas da classe C

A pesquisa Retratos da Leitura traçou o perfil dos leitores brasileiros das capitais

Brasil de Fato | Recife, PE |
Pesquisa "Retratos da Leitura" analisa o perfil do leitor recifense - Banco de Imagens

No mês de setembro foi publicada a pesquisa Retratos da Leitura, que analisa os hábitos de leitura dos brasileiros e dos moradores das capitais de todos os estados da federação. De acordo com a pesquisa, 52% dos recifenses são leitores, o que representaria um total de 803 mil na capital pernambucana que leriam em média 2,38 livros inteiros ou em partes num período de 3 meses. Entre eles, 51% seriam mulheres e 48% estaria entre integrantes da classe C.

“O fato das mulheres estarem dois pontos percentuais à frente reflete o nacional. No Brasil 54% das mulheres são leitoras, então parece que as mulheres gostam mais de ler. Apesar da gente ter notado que da última edição para esta, houve uma aproximação entre os percentuais entre leitores homens e mulheres”, analisou  Zoara Failla, gerente de projetos no Instituto ProLivro e coordenadora da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil.

Já em relação à classe social, a coordenadora atribui o fato da classe C possuir o maior número percentual de leitores ao fato deste grupo ser o mais numeroso dentro da sociedade, mas os leitores não seriam a maioria dentro do próprio grupo. “O que a gente verifica em todas as edições anteriores é que a gente tem mais leitores em termos percentuais em relação à população na classe A e na classe B, mas, por conta de ter uma população maior, a gente verifica que comparando todas as faixas, a gente teria mais na classe C”, afirmou Zoara.

Os dados identificam o leitor como aquele que leu um livro, seja ele inteiro ou em partes, de 3 meses. Além disso, 51% desses leitores seriam mulheres, já os homens representariam 49%; do público total, 24% teriam faixa etária de 5 a 17 ,34% de 18 a 39 e a maioria, com 42%, teria acima de 40 anos de idade. Ademais, a maioria dos leitores pertencem à classe C, com 48%; seguidos pela classe B com 27%, depois as classes D e E com 22% e, por fim, a classe A, com 3%. Ainda segundo a pesquisa, maioria dos leitores não estão estudando, um percentual de 61%, em contrapartida 39% seriam estudantes. Quanto ao nível de instrução, a maioria seria do nível fundamental com 37%, seguido por 32% com nível médio e 31% com nível superior.

Esta foi 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, publicada neste mês de setembro,  na qual foram analisados 208 municípios brasileiros no período de outubro de 2019 a janeiro de 2020. A pesquisa é uma iniciativa do Instituto Pró-Livro, da Itaú Cultural e da Ibope Inteligência, com apoio da Associação Brasileira de Editores e Produtores de Conteúdo e Tecnologia Educacional (Abrelivros), do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Câmara Brasileira do Livro (CBL).

“O principal objetivo da Retratos é orientar políticas públicas, então a gente está avaliando, na verdade, resultado de políticas e o impacto dos últimos 10 anos, porque sempre que você desenvolve algum programa ou alguma ação, ela demora para você visualizar os resultados”, afirmou Zoara , que exemplifica “quando a gente olha para os dados nacionais a gente verificou que a única faixa etária que teve uma elevação no percentual de leitores foi dos 5 aos 10 anos  e isso impactou também no Fundamental I, o único segmento de escolaridade que teve uma pequena ampliação no número de leitores, todas as outras faixas etárias tiveram uma redução e ela vai aumentando depois dos 14 anos. Então, isto é um alerta” conclui.
 

Edição: Vanessa Gonzaga