Paraná

PERFIL

Contra despejos e por soberania alimentar

Hilma Santos atua há 25 anos nos movimentos de moradia

Curitiba ( PR) |
Hilma Lourdes dos Santos é moradora da Vila União desde 1995 - Pedro Carrano

As primeiras lutas de Hilma Lourdes dos Santos por moradia foram em Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba, em 1995 moradora da Vila União, comunidade que luta até hoje por regularização fundiária, Hilma sabe a importância do direito à moradia. Dirigente do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), ressalta a importância da atual campanha Despejo Zero, da qual participou em 2005 e que, neste momento de pandemia, é reeditada como forma de denunciar despejos forçados que têm acontecido nos territórios urbanos e rurais. 

“Não temos acesso a esse direito e há muita dificuldade para a regularização. A questão do despejo voltou com tudo. O despejo é só mais uma desculpa para tirar a população que constrói a estrutura do bairro. Depois de tudo feito, vem o poder público dizer quem é o dono. O cartório, os advogados, arrumam documentos falsos e as nossas famílias passam a ser despejadas. Nós, que estamos perdendo nossas casas, temos que nos unir”, critica. 

Participando como visitante para conhecer a experiência de cozinha comunitária da União de Moradores e Trabalhadores (UMT), que atende todas às quintas-feiras, às 11h30, no chamado bolsão Formosa, no bairro Novo Mundo, Hilma ressalta a importância da preocupação com a produção de alimentos saudáveis e com a soberania alimentar. 

“Eu acho que só quando nós formos capazes de saber que alimento é direito, e não pode ser só comércio, a coisa vai mudar. O alimento é um direito humano, toda pessoa tem que se alimentar. Através dos produtores, caso do MST, exigindo que as prefeituras doem terras e incentivem que as pessoas plantem. A fome no mundo será maior se depender do agronegócio”, afirma. 

Edição: Gabriel Carriconde