Rio Grande do Sul

ELEIÇÕES 2020

A Cidade que Queremos conversa com Marcelo Bisogno e Fabiano Pereira

Candidatura à prefeitura de Santa Maria une PDT, PSB, Rede, PCdoB e PV

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Confira os principais temas debatidos e assista à entrevista completa - Reprodução

Com uma população estimada em 283 mil pessoas em 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Maria é a quinta cidade mais populosa e a maior na região central do Rio Grande do Sul. É um polo universitário, tendo hoje nove faculdades e universidades, além do Instituto Federal, das quais se destaca a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral, tem 204.282 votantes. Por isso, é uma das cinco cidades gaúchas que podem ter segundo turno. O atual prefeito, Jorge Pozzobom (PSDB), tenta a reeleição, tendo como vice o engenheiro civil Rodrigo Décimo (PSL), com apoio do PTB, DEM e Podemos. O atual vice-prefeito, Sérgio Cechin (PP), concorre ao cargo em coligação com MDB, SD, PL, Avante, PRTB, Pros e Patriotas, tendo como vice Francisco Harrison (MDB).

O advogado Evandro Behr (Cidadania) concorre à prefeito tendo como vice a enfermeira Karla Kowalski (Cidadania). O ex-secretário Adjunto de Esporte e Lazer do governo Eduardo Leite (PSDB), Jader Maretoli (Republicanos), concorre tendo como vice a professora Maria Helena Rodrigues (Republicanos), com apoio do PSC.

O PT e o PSD se uniram e lançaram dois vereadores: Luciano Guerra (PT) concorre a prefeito tendo como vice Marion Mortari (PSD). A candidatura do PDT, com Marcelo Bisogno, tendo como vice o ex-secretário estadual de Saneamento e Habitação Fabiano Pereira (PSB), vem coligada com a Rede, o PCdoB e o PV.

Em mais uma edição da série de entrevistas A Cidade que Queremos, em que o Brasil de Fato RS e a Rede Soberania se empenham em dialogar com as candidaturas do campo democrático e popular no estado, a live desta terça-feira (20) conversou com os candidatos Marcelo Bisogno e Fabiano Pereira.

Marcelo Bisogno

Candidato a prefeito pelo PDT, Marcelo Bisogno iniciou sua trajetória no movimento estudantil em Santa Maria. Foi quando conheceu Fabiano Pereira e viajou pelo estado, “aprendendo e aprofundando com a juventude do campo politico”. Entende que a cidade “respira educação”.

Foi comerciário e militar antes de trabalhar em uma rádio, em 1994, e de cursar jornalismo. Em 2000, foi eleito vereador em Santa Maria. Foi assessor especial na Secretaria Estadual da Educação, ao lado do então secretário José Fortunati, depois secretário municipal de Esporte e Lazer de Santa Maria e ainda secretário municipal de Mobilidade Urbana em Santa Maria.

Em 2012, foi novamente eleito vereador no município, com quase 9 mil votos. Em 2014 concorreu a uma vaga de deputado estadual, ficando na suplência pela bancada do PDT. Na eleição mais recente, tentou a prefeitura de Santa Maria. Na ocasião, seu atual vice, Fabiano, era seu oponente. Da mesma forma, Werner Rempel. Hoje, os três se uniram na Frente Trabalhista.

Fabiano Pereira

O candidato a vice-prefeito, do PSB, começou sua atuação política na Pastoral da Juventude, depois no movimento estudantil. Em 1992 foi eleito secretário da União Brasileira de Estudantes, quando foi morar em São Paulo, época do Movimento Fora Collor.

Voltou a Santa Maria para cursar Economia na UFSM e, com atuação no movimento comunitário, foi eleito vereador em 2003. Nessa época, foi convidado a assumir a Secretaria da Saúde. Ele conta que diversas unidades de saúde foram inauguradas nesse período, inclusive o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) do Brasil.

Em 2002 foi eleito deputado estadual, com 26 mil votos, sendo 17 mil somente em Santa Maria. Também foi presidente da Assembleia Legislativa, secretário da Justiça e Direitos Humanos do RS e secretário de Obras, Habitação e Saneamento.

Confira os principais pontos da entrevista e assista à live completa:

Educação

Marcelo Bisogno - É um tema vital para todos nós, o PDT carrega no seu legado a história essencial, a doutrina de Leonel Brizola, que foi sempre uma pessoa pública que não teve só na teoria a questão educacional, como colocou em prática. O PDT honra seu legado, seu trabalho e sua bandeira da educação, foi assim com Brizola e o maior número de construção de escolas públicas no Brasil: nenhum governador até hoje conseguiu atingir o índice de 6 mil escolas. Quando o PDT governou no RS, em Santa Maria ergueu a maior escola pública da região Oeste, a escola Paulo Lauda, que iniciou como um CIEP, mas veio o governo Britto do PMDB e a primeira ação dele foi terminar com o CIEP da Tancredo Neves, que é a maior cohab que existe em Santa Maria, na zona Oeste, de trabalhadores e trabalhadoras, pessoas que precisam trabalhar, mas também deixar seus filhos em uma escola de tempo integral.

Nosso plano de governo é muito claro, sabemos que ano que vem será de crise, pós-pandemia, e o atual governo apresentou para o ano que vem uma redução de R$ 200 milhões para investimento, então teremos uma queda brusca importante. Tem o empréstimo que a prefeitura fez para a operação de tapa buraco, essa conta chega aí na frente e compromete as finanças do município, mas nós temos a proposta da escola de tempo integral, que não é construir novas escolas, mas adaptarmos e ampliarmos, se necessário, quatro escolas, uma por região, que já existem hoje em Santa Maria. Com qual recurso? Com o que hoje o prefeito coloca dos cofres públicos para as escolas privadas. O atual governo municipal, do PSDB, gasta por mês R$ 400 mil comprando bolsa de estudo e vaga em escola particular. Se esse recurso for direcionado para as escolas que estamos já buscando planejamento para tempo integral, teremos R$ 4,8 milhões por ano.

As escolas da educação infantil estão muito atrasadas, têm déficit muito grande. O atual governo prometeu 12 creches, disse que o anterior não fez porque foi incompetente, então ele repete os erros do governo anterior. Nós temos pé no chão, estamos criando a secretaria municipal extraordinária, que não existe, de captação de recursos e criação de projetos.

Fabiano Pereira - Santa Maria respira educação, nós temos aqui nove faculdades e universidades, mais o Instituto Federal. Se pegarmos as escolas estaduais, escolas particulares, os cursinhos preparatórios para vestibular e exército, escolas municipais e creches públicas e privadas, é uma cidade que respira educação.

Agregando naquilo que o Marcelo falou, que é a escola de turno integral e a questão das creches, eu colocaria mais dois ítens que eu acredito que seria muito importante nós darmos um passo além. O primeiro é a questão da Cidade Digital, da informatização, a nossa gurizada hoje está voando, pega o celular e é muito mais sabida que nós. Nós temos uma gurizada extremamente digital e as nossas escolas continuam analógicas. Temos que criar um ambiente com a ideia da tecnologia. A gente sabe muito bem que muitas das crianças estão sofrendo porque não conseguem acompanhar as aulas, porque não tem internet. Acho que esse é um ponto muito importante que nós podemos reforçar no sentido de evoluir na informatização da rede pública municipal de ensino.

Segundo ponto que eu acredito ser muito importante é termos um plano pós-covid para retomada das aulas. Não pode começar de qualquer jeito, em qualquer momento, até vir a vacina. Nós temos que ter toda uma retomada de procedimentos sanitários, de protocolos, um conjunto de medidas. Isso se conseguirmos abrir, especialmente pensando no ano que vem, precisamos de toda uma proposta de reforço escolar para essa gurizada poder rapidamente recuperar o tempo que foi perdido.

Saúde

Marcelo - São pontos principais do nosso programa de governo enfrentarmos a crise da saúde que Santa Maria vive e enfrentarmos o desemprego. Temos na nossa proposta o fortalecimento do SUS, porque as pessoas atacam os servidores públicos, mas no momento de pandemia, de crise como nós estamos enfrentando, aonde nós vamos buscar o socorro? Aonde nós temos uma estrutura garantida para a população da Santa Maria é no SUS, o HUSM (Hospital Universitário de Santa Maria) e a Casa de Saúde. São os postos de saúde mesmo atendendo de forma muito precária, pois poderiam estar atendendo melhor, mas não estão, com os nossos servidores fazendo milagres, muitas vezes não estão com todos os equipamentos que precisam para poder trabalhar, o município não proporcionou todas as condições.

O HUSM hoje é uma referência nacional no atendimento à covid-19, inclusive com alas de pediatria para covid-19. O Hospital Regional, que aqui na última eleição virou o palanque eleitoral, foi prometido pelo atual governo em até seis meses e, mesmo tendo o governador do seu lado, ele não cumpriu essa promessa.

A pandemia expôs a fragilidade do Sistema de Saúde Público em Santa Maria porque o prefeito prometeu o Fila Zero e não cumpriu, que é uma informatização. Por isso nós defendemos a cidade digital. A cidade está atrasada, ainda é analógica e acontece também nos postos de saúde. Por incrível que pareça, nós com nove universidades mais um Instituto Federal ainda não temos a informatização do teleagendamento nos postos de saúde de Santa Maria. As pessoas ainda têm que seguir numa fila as quatro, cinco ou seis da manhã para pegar uma ficha de papel para tentar um atendimento médico naquele período em que as unidades básicas estão funcionando.

Nós temos um problema territorial. Regiões da cidade têm até cinco postos de saúde trabalhando e outras áreas imensas, onde a cidade cresceu muito, aumentou sua população, não têm nenhum atendimento ou unidade básica, então tem que refazer os territórios. Temos que levar mais unidade de saúde e equipes estratégicas da família porque a prevenção evita muito gasto.

Fabiano - Eu queria agregar três questões importantes. A primeira delas, fundamental, é o da prevenção. Quando se fala em prevenção, tem um elemento central que é o saneamento básico. A Organização Mundial da Saúde diz que a cada R$ 1,00 investido em saneamento, são R$ 4,00 que se economiza em saúde.

Tem um ponto essencial: a Corsan é quem abastece Santa Maria. O contrato havia terminado e estava uma grande discussão se seria privatizada, o que você faria com o processo da água e esgoto em Santa Maria. Quis Deus que naquela oportunidade, em 2017/2018, eu estivesse como secretário estadual de Obras, Habitação e Saneamento do Rio Grande do Sul, a qual a Corsan é vinculada. Nós conseguimos fechar um acordo que garantiu a Corsan em Santa Maria como companhia pública de água por mais 35 anos. Não só isso, instalar toda a ampliação do esgotamento sanitário do bairro de Camobi, como também nós chegarmos a médio prazo com 85% do esgoto coletado e tratado em Santa Maria.

Essa questão do saneamento básico na prevenção é essencial, é muito importante para o futuro das nossas crianças, da nossa sociedade, e por que não dizer para o futuro do planeta. Nós temos que pensar que está tudo interligado.

Segundo ponto importante é nós trabalharmos o fortalecimento do SUS. Mais do que nunca se vê o quanto o SUS é essencial, é muito importante. É fundamental dizer, para aqueles que não sabem, que todas as áreas de alta complexidade não têm nenhum plano que cobre, é tudo SUS. Tratamento para HIV, transplantes, são todos acompanhados e tratados pelo SUS.

Na saúde básica se pode fazer residência, temos aqui dois cursos de Medicina, da Universidade Franciscana e da Universidade Federal, nós temos que abrir com eles postos de saúde para que eles possam cuidar e nos ajudar.

Nós sabemos muito bem que tem que ter respeito ao Conselho Municipal de Saúde, porque eles acompanham essa questão há muitos anos. Assim é que se faz uma política de Estado e não de município, de governo eleitoral. E digo mais, nós construiremos os conselhos locais de saúde para que as comunidades abracem suas unidades básicas de saúde nos seus territórios e participem.

Trabalho, renda e transporte coletivo

Marcelo - Eu estive por um ano e quatro meses na Secretaria de Mobilidade Urbana em Santa Maria e nós fizemos uma grande transformação, uma modernização do sistema viário jamais visto em nosso município. Nosso trabalho foi aprovado pela população na ampla maioria, que nos consagrou com a maior votação da história.

Depois que nós saímos de lá, estamos descobrindo que várias linhas foram tiradas. Hoje nós temos mais de 100 linhas suspensas em Santa Maria, porque os ônibus não têm condições de trafegabilidade nos bairros, nas vilas. Esse governo abandonou as periferias, abandonou os trabalhadores e trabalhadoras da cidade e o transporte coletivo hoje está ineficaz. Veio a pandemia, uma boa desculpa para reduzir as linhas, mas agora as pessoas voltaram a trabalhar e as linhas ficaram encolhidas.

Nosso plano de governo é muito claro. Nós conquistamos a Travessia Urbana. Hoje estamos concluindo a Travessia Urbana na esfera federal, são as rodovias do entorno de Santa Maria, porque esse projeto iniciou há 20 anos e as obras estão agora na fase final. Se nós não construirmos daqui para frente, os próximos 10 anos, nós vamos ficar perdendo tempo. Então nós defendemos o nosso plano de governo em parceria com as Universidades e com as engenharias dos cursos da UFSM e com nossos engenheiros do município, para criarmos a Travessia Urbana dentro de Santa Maria.

Já está em colapso o sistema viário de Santa Maria, nós temos hoje mais de 180 mil veículos, a cidade não comporta mais. Se nós não trouxermos para dentro de Santa Maria elevadas, túneis, obras de grande porte, nós vamos superlotar o nosso trânsito e vai entrar em colapso a curto e médio prazo. Então a nossa principal proposta no sistema viário, além de fazermos todas as linhas do transporte coletivo, é implementarmos a Travessia Urbana e olharmos para os distritos.

Vocês não fazem ideia de como ficaram abandonadas as estradas dos distritos. Estão recebendo na época da eleição algum tipo de manutenção e pedras. Os agricultores que têm toda uma safra que escoa para Rio Grande inteiro estão abandonados. O transporte escolar tem mais de 80 linhas canceladas nos distritos, porque não chegam os ônibus e as vans não têm como andar.

Fabiano - Não tenho dúvida que é estratégia de geração de emprego e renda trabalhar essa ideia de cooperação da economia solidária. Com pequenas ações muitas vezes as pessoas se viram e vira um processo muito legal de integração da comunidade. Como é bom ter sábado de manhã a feira da irmã Lourdes e tu ver toda a cidade lá conversando, tomando chimarrão (naquela época, hoje estamos em outra realidade). É o movimento de integração, rede, geração de emprego e renda, acredito que isso tem que ser algo muito forte porque custa muito pouco para a prefeitura e pode significar muito para a vida das pessoas na questão do emprego e renda.

Como também outras iniciativas que a gente vê o pessoal se virando - faz pizza em casa, faz pastel, muitas vezes tem que se registrar como MEI para conseguir comprar uma maquininha de costura. Outras tantas para conseguir agregar valor na sua economia, mas não conseguem porque não têm acesso a financiamento, às certidões, ao sistema bancário. Então por que não a prefeitura disponibilizar servidores e estagiários? É o Escritório da Desburocratização, onde os MEIs, os pequenos e médios empresários, as pessoas possam ir lá se socorrer para agilizar e desburocratizar e melhorar a economia, fazer a roda girar, ajudar os pequenos. Isso é muito importante.

Reforma administrativa

Marcelo - A gente tem um respeito muito grande pelo servidor público. A gente tem uma posição muito clara nessa situação que envolve o serviço público, porque não tem serviço público sem servidores. Se algum aqui ou acolá comete falhas, acontece em qualquer instância. Agora o serviço público para nós é fundamental e o servidor tem que ser respeitado. Nós temos que ter um trabalho muito relacionado, alicerce com a nossa sociedade, juntamente com o serviço que nós apresentamos, nós podemos melhorar e devemos.

O servidor público não é o culpado pela ineficiência do ente público. Às vezes se coloca na conta do serviço público, mas não se olha quem está no comando, quem está realmente a frente do servidor, de que forma está sendo tratado e quais as condições estão sendo dadas para o servidor público.

Vamos discutir uma reforma para equilibrar, equiparar o servidor público, seus salários melhorarem. Você pega, por exemplo, a Brigada Militar. Quem está na linha de frente tomando tiro de bala na rua ganha R$ 2.500 ou R$ 3.000 e, daqui a pouco, tem outra esfera que ganha muito mais. Tem que haver um equilíbrio nesse sentido.

Fabiano - A bancada do PSB já definiu que é contra a reforma administrativa. Sobre o debate do Estado, eu sou daqueles que acredita que nós não temos que ter Estado totalizante e nem Estado mínimo, temos que ter o Estado necessário e eficiente. E aí o serviço público é muito importante porque a gente sabe muito bem que quem precisa do Estado são os mais pobres, os trabalhadores.

Com servidores públicos valorizados, animados, com certeza o serviço público lá na ponta é muito mais significativo para as pessoas. Então basicamente eu quero dizer que nós, na gestão aqui, governaremos junto com os servidores públicos, dia após dia, integrando eles, valorizando para que eles possam contribuir com a gestão.

Marcelo - Só para complementar, o PDT tem a mesma posição do PSB. Não falei no início, mas o PDT está em um bloco nacional, que também tem a posição conjunta nacionalmente.

Segurança pública e alimentação

Marcelo - Nós temos hoje em Santa Maria uma Guarda Municipal que foi constituída e que a gente pode aprimorar o trabalho e funcionamento dela em nosso município. Ela tem uma prerrogativa de proteção ao patrimônio público, mas nós temos, por exemplo, na cidade de Uruguaiana, uma Guarda Municipal que virou uma guarda de proteção também ao cidadão, uma guarda ostensiva em parceria com a Brigada Militar. A gente tem discutido que a nossa Guarda aqui pode ter um melhor aproveitamento. Nós hoje temos vários problemas em Santa Maria, em áreas públicas, nos falta segurança em frente às escolas, aos parques e áreas públicas, nos postos de saúde.

Nós temos que ampliar as câmeras de segurança, temos que levar também esse trabalho de monitoramento para os bairros e vilas da periferia. Isso hoje não está ocorrendo. Na área Central acredito que avançou bastante através do Ciosp (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública), que foi como disse constituído com a força do movimento empresarial local e foi construído anteriormente, não veio de agora do atual governo.

Mas tem que avançar para os bairros, para a periferia e também para os distritos que hoje também têm muito problema de abigeato, sofrem muito os nossos agricultores, nós não temos um controle nesse sentido e não temos um patrulhamento com eficácia.

Não esquecemos que para enfrentar de fato a insegurança e melhorarmos a segurança pública, o melhor investimento é a educação. Em nosso projeto 2021-2031, por que que nós tratamos da escola integral? Porque as crianças com mais tempo na sala de aula, têm menos possibilidade de serem oferecidas para insegurança, para criminalidade.

Fabiano - Rapidamente, para complementar, essa é uma área que eu entendo bastante, pois fui secretário da Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Fizemos vários projetos na ideia de integração, é muito importante, de inteligência, é fundamental para que se reduza o erro e se possa chegar antes do que aconteça. E também de prevenção e oportunidades para nossa juventude. Especialmente, vai ser um grande desafio a partir do ano que vem gerar emprego.

Eu fico preocupado quando tu vê o pai de família que olha para os seus filhos, para sua esposa, e está terminando o seguro-desemprego, não tem emprego. Muitas vezes a oferta do crime pode ser mais sedutora e mais rápida, então a grande política de segurança pública no ano que vem vai ser gerar emprego e renda para a população, para que ela possa evoluir.

E daí eu não tenho dúvida, tanto no campo como na cidade, os dois se complementando, seja na compra da merenda escolar, que se possa comprar dos produtores locais e assim agregar valor para suas famílias, como também seria um dos programas de cestas básicas que o município tem e terá que ampliar.

Edição: Katia Marko