Pernambuco

Eleições 2020

No Recife, Thiago Santos quer convocar aprovados em concursos e zerar fila de creches

Candidato da UP também se comprometeu qualificar serviços públicos de saúde e valorizar servidores

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Thiago Santos é advogado, tem 35 anos e é presidente estadual da UP. - Divulgação UP

Nesta quarta-feira (21) o programa Opinião Pernambuco, da TV Universitária Recife (canal 11), deu início a uma série de entrevistas diárias com os candidatos à prefeitura da capital. A sabatina é realizada por Valdir Oliveira, exibida na TVU às 19h30 e no dia seguinte na Rádio Universitária 99,9 FM, às 17h. O programa também fica disponível no Youtube. O primeiro convidado foi Thiago Santos, do Unidade Popular (UP). Santos tem 35 anos, é advogado e pós-graduado em direito do trabalho. Durante sabatina o candidato criticou a gestão do PSB na relação com servidores como na forma de gerir serviços públicos.

Questionado sobre o panorama nacional, o candidato da UP classificou o governo Bolsonaro como “genocida”, culpando-o pelo elevado número de vítimas de covid-19 no país. Thiago Santos avalia que a atual gestão federal “governa para os ricos, banqueiros e camadas mais altas das Forças Armadas”; e aponta a necessidade de mais políticos que estejam dispostos a representar o povo pobre, as donas de casa e demais categorias de trabalhadores.

Ao avaliar uma possível dificuldade no acesso a recursos públicos em caso de uma gestão municipal oposta a Bolsonaro, o candidato da UP rebate que os municípios têm direito constitucional a recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), garantindo a independência política das prefeituras. Ele também propõe uma auditoria da dívida pública do Recife para avaliar se o município está pagando juros abusivos, para evitar pagamento de valores indevidos e, quem sabe, sobrar mais recursos para investir noutras áreas. Ele também propõe acabar com contratos de terceirização que, segundo ele, fazem os custos dos serviços subirem, já que há lucro das empresas intermediárias. A solução para ele é a realização de concursos públicos.

Assista à entrevista na íntegra:

 

Thiago Santos prometeu estabelecer outro tipo de relação com servidores públicos municipais, de valorização e convocação dos que já foram aprovados em concurso. Ele aproveitou para criticar a gestão de Geraldo Julio, que descumpriu acordos firmados com enfermeiros que atuam na saúde municipal. No embalo, lamentou que parte da população precise pagar planos de saúde privados para ter mais acesso a serviços de saúde. Para ele, a gestão pública precisa valorizar e investir mais no SUS. Outro compromisso no acesso a direitos foi o de garantir moradia digna para a população, direcionando imóveis abandonados que estejam devendo IPTU para fazer moradias populares.

Ele destacou a necessidade de zerar a fila de creches, para liberar as mães e avós para terem suas atividades e poderem trabalhar, movimentar a economia do município. Ele também criticou o que chama de “lógica de bolhas elitistas” que se reproduzem na educação pública, em que, segundo o candidato, o poder público faz escolas qualificadas, “de elite”, mas em pouca quantidade, apenas para mostrar no comercial, enquanto a maioria dos estudantes segue em escolas com déficit estrutural. Ele também destacou a necessidade de ter educação sexual nas escolas para que as crianças e adolescentes estejam conscientes de seus corpos para evitar violências sexuais por parte de familiares e pessoas próximas.

Perguntado sobre o atual cenário de rejeição da população às disputas eleitorais, Thiago defendeu que a UP tem apoio das 1 milhão e 200 mil pessoas que assinaram o pedido de registro da UP junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), número bem superior aos 500 mil necessários. Ele alegou ainda que a criação de uma nova legenda eleitoral se deu porque os integrantes da UP não se identificavam com o programa político de nenhum partido já existente.

Edição: Vanessa Gonzaga