Pernambuco

TRABALHO

Em formato inédito, canavieiros de PE asseguram conquistas em Convenção Coletiva

As negociações aconteceram com reuniões online e presenciais e pautaram medidas de saúde e segurança do trabalho

Brasil de Fato | Recife, PE |
A categoria garantiu a inclusão de uma nova cláusula de saúde e segurança para a proteção sob os riscos de contágio por coronavírus - Reprodução

A categoria dos canavieiros de Pernambuco pactuaram na última semana a nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de forma virtual pela primeira vez em 41 anos de negociações. O acordo com o setor patronal foi firmado após cinco rodadas de debates. A categoria foi uma das incluídas como serviços essenciais durante a pandemia, com isso, ela não teve suas atividades paralisadas mesmo com o isolamento social.

A negociação aconteceu de forma virtual pela primeira vez, sendo presencial apenas para a Comissão de Negociação representativa dos trabalhadores. Além de preservar os direitos reconhecidos na CCT 2019-2020, os canavieiros e canavieiras garantiram a inclusão de uma nova cláusula de saúde e segurança para a proteção da categoria sob os riscos de contágio por coronavírus.

“Essa conquista para os canavieiros foi muito importante, primeiro porque a gente conseguiu manter nessa conquista uma Convenção Coletiva de Trabalho com 88 cláusulas, entre elas estão as cláusulas sociais e econômicas, que garantiram a manutenção do direito”, afirmou o presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco (FETAEPE), Gilvan Antunis, que completa “essa conquista também se consolida em poder ter uma cláusula de saúde e segurança, quanto ao deslocamento da sua cidade, higienização dos ônibus, distanciamento e doação de máscaras”.

A nova convenção definirá as condições de trabalho e a remuneração da categoria para o período de outubro de 2020 até outubro de 2021, firmando o valor do salário em R$ 1.081,50 e o piso de garantia salarial no valor de R$ 19,00, bem como a cesta básica de R$ 60,00. Inicialmente, foi proposto pelo setor patronal que a negociação focasse apenas nas pautas da saúde e da segurança e que as outras pautas fossem discutidas em janeiro de 2021, mas os trabalhadores e trabalhadoras se opuseram à ideia. Além disso, os empresários levantaram questões como a imprevisibilidade do atual cenário político e econômico e a possível redução de safra por questões climáticas, mas se comprometeram à manutenção dos empregos dos canavieiros e canavieiras.

Estiveram presentes nas mesas de negociação as representações da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE), além da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape).

Edição: Vanessa Gonzaga