Pernambuco

POLÍTICA

Editorial | A vitória no segundo turno é apenas parte da batalha

A derrota do bolsonarismo nas eleições pode alterar a correlação de forças para as eleições de 2022

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Na capital pernambucana o cenário que se apresenta para o segundo turno é desde já uma vitória para as forças progressistas - Fabiane de Paula

As eleições municipais deste ano demonstraram, de modo geral, um aumento na representatividade do povo brasileiro nas câmaras de vereadores e prefeituras. As candidaturas que no primeiro turno se alinharam com o atual presidente sofreram derrotas significativas em cidades importantes. 

Não se pode afirmar que o bolsonarismo como movimento hegemônico no cenário político nacional tenha sofrido uma grande derrota, mas é possível perceber uma possibilidade de enfraquecimento dessa hegemonia, o que possivelmente pode alterar a correlação de forças para as eleições nacionais de 2022. 

Ainda é cedo para previsões, mas desde já devemos perceber a importância de continuar avançando para garantir a vitória de candidaturas populares que se pautem pelo diálogo com os movimentos sociais e principalmente pela defesa da democracia. Isto serve para aquelas cidades onde haverá segundo turno, como é o caso de Recife.

 Na capital pernambucana o cenário que se apresenta para o segundo turno é desde já uma vitória para as forças progressistas representadas na candidatura de Marília Arraes pelo PT. A possibilidade de termos pela primeira vez uma mulher ocupando a cadeira do executivo municipal é um indicativo de que o povo recifense almeja mudanças nos rumos da política local. 

A campanha de Marília Arraes tem se destacado por seguir apresentando propostas concretas de melhorias na vida da população, embora alvo de muitas Fake News, o que demonstra um despreparo dos seus oponentes que seguem usando táticas bolsonaristas para iludir a população; Marília tem conseguido desmontar estes ataques e construir um diálogo transparente com o povo. 

Contudo, vencer as eleições no segundo turno é apenas parte da batalha que deve ser travada, é necessário manter um diálogo constante com os movimentos sociais do campo e da cidade, com a juventude, com as mulheres e com a periferia para construir de fato força social para barrar avanços da extrema direita em outros campos da luta de classes. 

Não é hora para personalismo ou isolacionismo de qualquer ordem. Os cenários de segundo turno em outras capitais têm apontado para unidade das forças de esquerda e é nesta perspectiva que devemos construir aqui no Recife a maré que irá trazer novos ventos para o povo brasileiro. 
 

Edição: Vanessa Gonzaga