Rio Grande do Sul

SOLIDARIEDADE

Sindicato mobiliza servidores para ampliar “vaquinha” do coletivo Mães da Periferia

“Queremos potencializar mulheres de áreas distintas para atender em mais comunidades”, diz fundadora do coletivo

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A meta é arrecadar R$ 10 mil, valor referente à parcela de entrada para pagamento do lote, que custa R$ 25 mil. O restante será angariado posteriormente, com ações na comunidade - Arquivo pessoal/Letícia do Nascimento

No mês dedicado à visibilidade das lutas de mulheres mundo afora, o Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS (Sintergs) busca mobilizar servidoras e servidores para uma ação social em prol do Mães da Periferia. O coletivo autônomo atua com mulheres em situação de vulnerabilidade social em comunidades de Porto Alegre, Viamão e Alvorada.

A ideia é ajudar a divulgar a “vaquinha” e ampliar a arrecadação de recursos para a compra de um terreno onde será construído um centro cultural, com espaço de acolhimento e biblioteca. A meta é arrecadar R$ 10 mil, valor referente à parcela de entrada para pagamento do lote, que custa R$ 25 mil. O restante será angariado posteriormente, com ações na comunidade. 

“Formamos uma rede de informação e de empoderamento do povo periférico, principalmente para as mulheres, que é o público mais afetado”, explica Letícia do Nascimento, idealizadora e uma das fundadoras do Mães da Periferia. Hoje, o trabalho é feito porta a porta, o que dificulta o acolhimento em situações de violência doméstica, por exemplo. Além de qualificar o atendimento às mulheres, o centro cultural também será um ponto de referência para quem busca ajuda.  

Diretora do Sintergs, Angela Antunes ressalta que o apoio à campanha do coletivo, entre outras ações sociais que vêm sendo desenvolvidas pelo sindicato, é uma tentativa de reduzir os impactos da pandemia e da crise para as populações mais vulneráveis. “O trabalho do Mães da Periferia nos encantou e ficamos felizes em poder contribuir. O grupo atua diretamente nas comunidades, em ações importantes que envolvem educação, renda, alimentação e autonomia em lugares que, muitas vezes, o poder público não chega ou custa a chegar”, relata.

Sobre o Mães da Periferia

O coletivo Mães da Periferia surgiu há pouco mais de um ano, quando a estudante do curso técnico de Enfermagem Letícia do Nascimento apresentou um trabalho sobre saúde coletiva. Na atividade, a aluna abordou a falta de estrutura mínima na Ocupação Jardim Continental, no Morro Santana, na capital gaúcha, onde residia. Na comunidade, há moradias sem abastecimento de esgoto, água e luz. A coleta de lixo é precária. “Não é sobrevivência, é subviver”, define Letícia.

Na ocasião, a professora de Letícia ficou sensibilizada e passou alguns contatos de pessoas que poderiam ajudá-la. A iniciativa resultou no pontapé inicial para a formação do coletivo. Letícia recebeu a doação de 32 cestas básicas e precisou pensar em como estabelecer prioridades e distribuir os alimentos de forma justa. Como era recém chegada na comunidade, a dificuldade era ainda maior. Neste desafio, contou com a ajuda de oito amigas e vizinhas. Juntas, definiram que a preferência seria das mães solo e daquelas com o maior número de crianças, incluindo filhos e enteados.

Assim, surgiu o Mães da Periferia. Em um único dia, foram cadastradas 187 famílias em situação de vulnerabilidade social. De lá para cá, o coletivo mapeou 3,5 mil famílias. O trabalho social se expandiu por comunidades de Porto Alegre, Viamão e Alvorada. Hoje, Letícia conta com o apoio de aproximadamente 15 mulheres, que multiplicam seu trabalho nestes territórios. “Queremos potencializar mulheres de áreas distintas para atender em mais comunidades”, explica sobre a atuação no levantamento das áreas e das demandas.

Atuação do coletivo

  • Arrecadação e doação de alimentos

  • Educação popular

  • Apoio jurídico

  • Atendimento em saúde mental e coletiva

  • Feiras livres de vestuário quinzenais 

  • Horta comunitária 


Como ajudar - arrecadações permanentes

  • Cestas básicas

  • Produtos de higiene

  • Roupas e calçados

  • Livros e material didático

Para a entrega das doações, contatar Letícia do Nascimento pelo telefone ou Whattsapp (51) 98574.9879.

A distribuição das doações é feita de acordo com a demanda, sempre respeitando a triagem que elenca algumas prioridades: mulheres com filhos, idosas ou com deficiência. Doações em dinheiro só são recebidas em campanhas pontuais, como a “vaquinha”.

*As informações são da Assessoria de Comunicação SINTERGS


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Edição: Marcelo Ferreira