Rio Grande do Sul

SANEAMENTO

Entidades lançam nota de repúdio à privatização da Corsan

Grupo lembra que Eduardo Leite prometeu não vender a Companhia e afirma que empresa é "eficiente e lucrativa"

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Coletivo afirma que governador gaúcho usa o Marco do Saneamento como desculpa para vender uma empresa pública eficiente e lucrativa - Divulgação FNUCUT

Entidades sindicais e associações lançaram uma nota coletiva repudiando a venda da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), anunciada nesta semana pelo governador Eduardo Leite (PSDB), utilizando como pretexto imposições do novo Marco do Saneamento.

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O grupo lembra que, em campanha, Eduardo Leite havia se comprometido em não privatizar a Companhia. Segundo os sindicatos e entidades, a empresa é eficiente e lucrativa.

"Só nos últimos 4 anos, deixou mais de 1,2 bilhões de lucro nos cofres do Estado. E a CORSAN tem experiência, capacidade e corpo técnico e funcional preparado para cumprir e atingir todas as metas do saneamento básico no Brasil", afirma a nota.

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Lembra ainda que os trabalhadores e trabalhadoras da Corsan são qualificados e treinados, prestando um serviço de qualidade para o RS há mais de 50 anos. Se demitidos, estes se juntarão aos milhões de desempregados do Brasil. Além disso, critica a disposição do governador em entregar as empresas que distribuem água para a população, em plena pandemia do novo coronavírus. Ao que tudo indica, em outubro, quando se pretende realizar a venda de ações da empresa, a pandemia ainda não terá melhorado.

Confira a nota completa:

NOTA DE REPÚDIO À PRIVATIZAÇÃO DA CORSAN

As entidades signatárias, representativas de todos os setores e todos os trabalhadores e trabalhadoras da CORSAN, vêm a público expressar seu repúdio à proposta de privatizar a Companhia. Em primeiro lugar, lembramos aos gaúchos que o Sr. Governador, para eleger-se, comprometeu-se a não privatizar a CORSAN e agora, com pretensões eleitorais nacionais, busca cacifar-se com o mercado financeiro entregando os bens de nosso estado. No Rio Grande, não se rompe a palavra empenhada. Muito menos em benefício próprio.

A CORSAN é uma empresa eficiente e lucrativa. Só nos últimos 4 anos, deixou mais de 1,2 bilhões de lucro nos cofres do Estado. E a CORSAN tem experiência, capacidade e corpo técnico e funcional preparado para cumprir e atingir todas as metas do saneamento básico no Brasil.

Só falta vontade política do governo do Estado. Causa muito estranheza, também, que se busque entregar água e saneamento à iniciativa privada em plena pandemia do coronavírus. O Governo anunciou seu intento de ter a empresa vendida até outubro deste ano, quando a pandemia ainda estará longe de ser superada, o que apenas agrega mais sofrimento e prejuízos a nosso povo, já que usualmente as empresas privatizadas aumentam as tarifas de forma expressiva.

Os trabalhadores e trabalhadoras da CORSAN são qualificados e treinados, prestando um serviço de alta qualidade há mais de 55 anos. Serão jogados na rua, engrossando os milhões de desempregados do Brasil, para que os novos donos privados possam substituí-los por mão de obra mais barata. Isto não é mera suposição, é o que o Governo do Estado está fazendo no processo de venda da CEEE.

Os principais prejudicados, porém, serão os pequenos municípios e as populações mais pobres, onde os investimentos públicos tratam e resolvem os problemas, já que por natureza não são rentáveis e uma empresa privada, naturalmente, privilegiará áreas e setores que lhe gerem lucros. A água é um bem público. O saneamento básico é o fundamento essencial da saúde.

Deixar a água que consumimos e o fundamento de nossa saúde em mãos privadas, para gerar lucros a acionistas e não bem-estar à população é um crime de lesa-humanidade. As entidades signatárias envidarão todos os esforços, políticos e jurídicos, para evitar a privatização da CORSAN. Nosso compromisso é com o povo do Rio Grande do Sul, sua saúde e seu bem-estar.

SINDIÁGUA/RS
SINTEC
SENGE
SINDICATO DOS ADMINISTRADORES
SINDICATO DOS JORNALISTAS
AAFCORSAN
ASCORSAN
AGERCO
ASTECOR
ASTEC
AEC


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Edição: Marcelo Ferreira