Pernambuco

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Vacinação em massa só pelo SUS

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"Só sairemos desta situação com a vacinação em massa, o fortalecimento do SUS e o fim do governo Bolsonaro" - Bruno Concha / Fotos Públicas
O que nós precisamos para combater de forma eficaz a pandemia é a vacinação em massa

O acesso à saúde é um direito de todos e dever do Estado, que deve ser garantido por meio de políticas sociais e econômicas que reduzam o risco de adoecimento da população e através do acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção. Entretanto, na semana que o Brasil bateu consecutivos e trágicos recordes de mortes por covid-19, deputados federais que não têm compromisso com a vida das pessoas aprovaram o texto-base do projeto de lei (PL 948/21). Em outras palavras, autorizaram que a fila de vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) seja furada por empresas privadas. Esta medida, que seguirá para o Senado, privilegia quem tem dinheiro e desorganiza o Plano Nacional de Imunização.

As empresas poderão comprar diretamente, e sem o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), vacinas contra a covid-19, desde que doe a mesma quantidade ao SUS. Se o setor privado quer ajudar como alardeia, deveria comprar e entregar 100% ao SUS, em respeito ao pilar da universalidade. O que nós precisamos para combater de forma eficaz a pandemia é a vacinação em massa, pelo SUS.  

Enquanto representante dos bancários em Pernambuco, a defesa da vacinação tem sido a nossa prioridade neste momento. Os banqueiros, sem dúvidas, teriam condições de comprar vacinas. Afinal, mesmo durante a crise o setor segue lucrando bilhões. Mas, o que defendemos, em respeito ao conjunto da classe trabalhadora e da população brasileira, é a inclusão da categoria como grupo prioritário no Plano Nacional de Imunização (PNI). Assim como os demais trabalhadores(as) considerados essenciais na pandemia.
Além da cobrança oficial aos governos Estadual e municipais para imunização dos bancários, lançamos nesta semana uma petição pública pela prioridade para esses trabalhadores essenciais. Em 24 horas, já conseguimos quase mil assinaturas. 

Os bancários estão altamente expostos aos riscos de contaminação pela natureza do trabalho, que é realizado em locais fechados e com circulação de um grande volume de pessoas. Os empregados da Caixa Econômica Federal, por exemplo, atenderam mais da metade da população brasileira para o pagamento do Auxílio Emergencial. E agora, quando a situação epidemiológica se agrava, voltamos a ver as grandes filas formando-se em frente às agências bancárias. 

É preciso que a população saiba que, se o atendimento é lento, a culpa não é dos trabalhadores, mas do Governo Federal que não contrata concursados para suprir a falta de 17 mil empregados que existe hoje na Caixa. Os bancários têm cumprido o seu papel social, garantindo a distribuição de renda, da melhor forma possível dentro das difíceis condições oferecidas pelo governo. O povo tem fome e o auxílio emergencial é insuficiente. Cabe a nós seguir lutando pela renda básica, que seja capaz de minimizar as desigualdades sociais.

Vivemos uma grave crise econômica e social, agravada pela atual pandemia da covid-19, com aumento da pobreza, da miséria e da desigualdade. O mais grave é que já são mais de 340 mil mortos pela Covid-19 no Brasil, resultado da necropolítica. Só sairemos desta situação com a vacinação em massa, o fortalecimento do SUS e o fim do governo Bolsonaro.

As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal

Edição: Vanessa Gonzaga