Rio Grande do Sul

POVOS INDÍGENAS

“A resistência do guarani é isso, o que a gente pratica dentro das aldeias”

Segundo Gérson Gomez Karaí, membro do coletivo Comunicação Kuery, fazer filmes é uma estratégia de luta e resistência

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Em entrevista ao BdFRS, Gérson explica que seu povo entendeu a importância de trabalhar a comunicação como forma de conscientização - Divulgação

Cada vez mais, diferentes etnias indígenas se apropriam da linguagem cinematográfica e deixam de ser apenas personagens para, com a câmera na mão, eles mesmos serem os cineastas que retratam seus modos de vida, suas tradições, sua espiritualidade e forma de se relacionar com a natureza. No Rio Grande do Sul, existem diversas iniciativas que fomentam esse crescimento. Uma delas é o Comunicação Kuery, coletivo de produção audiovisual Mbyá-Guarani.

Gérson Gomez Karaí, que hoje, com 28 anos de idade, vive na Terra Indígena Morro dos Cavalos, em Santa Catarina, é um dos fundadores do coletivo. Em entrevista ao Brasil de Fato RS, ele conta que o coletivo foi fundado em 2011, a partir da compreensão da necessidade apontada pelas lideranças indígenas de fortalecer a comunicação dentro e fora das aldeias a partir do registro do cotidiano.

“A temática foi dita dentro de uma assembleia grande, onde teve várias lideranças importantes, onde essa plataforma de comunicação foi muito importante para manter também o fortalecimento da luta política, do movimento indígena guarani. E um dia a gente conseguiu abraçar isso, a ideia das lideranças importantes, pra gente poder se manter e dizer o que a gente pensa, porque o motivo do qual a gente luta nunca é visibilizado”, revela.


Detalhes do filme Ka'aguy Rupa / Reprodução

O trabalho resultou em diversos documentários, como Ka’aguy Rupa, de 2018. Ka’aguy significa mata, condição para a existência dos Mbyá-guarani. Disponível para ser assistido online, o filme traz a sabedoria dos mais velhos e a vida nas aldeias no estado, falando sobre a importância da mata para a alimentação, a medicina, o artesanato e para a espiritualidade de seu povo.

Os filmes são uma forma de resistência, afirma Gérson, ressaltando que esta palavra é muito forte para os povos indígenas. “A gente fala que é um povo oprimido porque assim, falando do povo guarani: a nossa resistência é manter sempre viva a nossa espiritualidade, o nosso conceito, o nosso modo, o nosso jeito de ser, a nossa maneira de fala, que possamos ser respeitados. A gente é um povo muito oprimido, não é só eu, já ouvi pessoas que trabalham nessa área de comunicação e cinema também trazendo essa temática.”

O mais recente curta-metragem, Jêguá (Nossa Resistência), dirigido por Gérson, compõe a programação do Mborayvu: imagens e mensagens indígenas para a cidade. O evento, promovido pelo coletivo Tela Indígena, entre os dias 16 e 19 de abril, vai transformar prédios de Porto Alegre em telas onde serão projetados filmes de realizadores da etnia guarani do Rio Grande do Sul.

A entrevista com Gérson se deu por conta da divulgação do evento. Porém a conversa abordou temas como impacto da pandemia para os povos indígenas, a importância de parcerias para as produções dos filmes, espiritualidade indígena e resistência e formas de superar preconceitos.

Abaixo, a entrevista na íntegra:

Brasil de Fato RS - Peço que você comece falando do nome da mostra da Tela Indígena. O que significa Mborayvu?

Gérson Gomez Karaí – É trazer os nossos ancestrais e manter vivo em forma de pintura, de pinturas corporais, oralidade, cultura. Manter a tradição gastronômica, do plantio, do bem viver. Mborayvu é o contexto de uma obra, não é somente uma palavra, isso diz muita coisa para gente, o povo indígena.

BdFRS - Quais são as imagens e mensagens indígenas que você e os demais cineastas guaranis querem mostrar para a cidade?

Gérson - A gente está num momento bem complicado mundialmente, não só o indígena, mas todo o ser humano. A gente já vive como povo oprimido, mas a gente tem esse nosso lado que é muito legal de resgatar e manter, ao mesmo tempo, em nossas comunidades através das nossas canções, tradições, nossa cultura. A mensagem que a gente passa a gente tem praticado, independente dessa pandemia que afetou muita gente. Mesmo sendo um povo muito pequeno, a gente tem nosso lado bom, de ao mesmo tempo não estar abalado no que a gente tem vivido e praticado dentro das comunidades.

A gente tirou o lado bom disso. Apesar disso, desse caos, a gente tem mantido viva a nossa luta. E uma forma de dizer essa mensagem é que mesmo que a gente tenha esse mundo que está parado com essa pandemia, tem um lado bom para que a gente possa manter a nossa alma viva como povo indígena. É isso que a gente quer mostrar, pro povo lá fora, que tudo vai passar.

BdFRS - Quais os impactos da pandemia para as comunidades guarani que você pertence e conhece?

Gérson - O impacto é muito grande não só pras comunidades, mas para todo mundo. No que afetou mais foi na questão da educação mesmo, porque na saúde já tem nossos remédios tradicionais, né? Que são de cura, dos pajés, dos anciões, a gente tem essa nossa prática no dia a dia dentro da comunidade, então a gente também tem esse trabalho social de prevenir e proteger.

O que afetou foi na parte da educação, nossas crianças estudam lá fora e tem essa dificuldade, porque tem que estudar agora via online. E tem prejudicado porque nas comunidades é muito crítica a questão da internet, a gente não conseguiu trabalhar isso e gerou um impacto bem grande pra gente.

Também para todas as pessoas que trabalham lá fora e aqui na aldeia também. E impacto financeiro também, sabemos que tem muita gente, muitas famílias que trabalham fazendo artesanato, fazendo bichos de madeira, arco e flecha, as mulheres que trabalham com cestarias, adorno e argila. No comércio a gente não conseguia mais porque bloqueou tudo pra gente. Não conseguimos mais fazer este trabalho, fazemos, mas não conseguimos mais essa rede de expor nas feiras, lugares públicos, na beira de faixa que a gente expõe bastante. Tem sido muito difícil essa parte para a gente.


"A nossa resistência é manter sempre viva a nossa espiritualidade, o nosso conceito, o nosso modo, o nosso jeito de ser, a nossa maneira de fala, que possamos ser respeitados" / Divulgação

BdFRS - Os povos originários são muitos no país, mas compartilham de uma mesma história de resistência. O que é resistir para a tua comunidade, neste tempo de pandemia e de governos que atacam os povos indígenas?

Gérson - Resistência pra gente é sempre uma palavra bem forte, em todas as etnias. A gente fala que é um povo oprimido porque assim, falando do povo guarani: a nossa resistência é manter sempre viva a nossa espiritualidade, o nosso conceito, o nosso modo, o nosso jeito de ser, a nossa maneira de fala, que possamos ser respeitados. A gente é um povo muito oprimido, não é só eu, já ouvi pessoas que trabalham nessa área de comunicação e cinema também trazendo essa temática.

Então a resistência do guarani é isso, o que a gente pratica dentro das aldeias, é a nossa espiritualidade, que é muito atingida pelo preconceito também. Então resistir pro povo guarani é uma luta que vai seguir sempre.

BdFRS - Sobre o que fala o filme que você produziu?

Gérson - A gente está num proces so de conclusão, já está praticamente pronto, e tem outro sobre música sagrada que a gente vai escrever pro Tela Indígena, contando de onde que a gente busca nossas músicas tradicionais. Isso é praticado no dia a dia dentro da comunidade indígena, na casa de rezo, onde a gente vem buscando sempre manter isso e resgatar e fortalecer ao mesmo tempo. Então são formas que a gente busca, de que jeito tem que fazer e como a gente não pode perder essas músicas tradicionais, o filme vai contar um pouco isso.

O roteiro diz que uma criança nasce na espiritualidade pra gente, já nasce com um dom, só que com o decorrer do tempo ele tem que começar a praticar isso. Só que hoje, no mundo atual, ele não é mais praticado como faziam nossos antepassados. A gente está resgatando o que a gente quer manter e quer mostrar pro público lá fora e para nós mesmos. Então são para dois povos diferentes, que são visões diferentes, vai abrir discussões sobre de que forma a gente vai se fortalecer enquanto indígena.

BdFRS - Qual a importância da parceria entre o Tela Indígena para vocês enquanto cineastas guaranis?

Gérson - A Tela Indígena é muito importante pra gente, principalmente pros cineastas que estão dentro das aldeias. A mesma forma que a gente trabalha nas aldeias em questão de oralidade, de cultura, de manter o modo de ser, é um pouco o que a gente leva para vocês, pras pessoas lá de fora, que assistem. E para ser valorizado um pouco também.

É uma discussão que a gente abre, o Tela Indígena é um lugar muito importante, muito bacana mesmo! As pessoas que trabalham comigo, que trabalham no cinema, discutem muito sobre isso, é uma plataforma pra gente. É uma história que se diz, na Tela Indígena, a gente conta um conto, são sonhos, são filmes diferentes, é onde a gente coloca lá para que as pessoas possam nos enxergar e também ter o respeito por nós como indígenas. E entrar nessa luta também com a gente. Então essa é uma maneira de conscientizar e ao mesmo tempo trazer discussões, para ser um povo um só, lutar por uma causa.

BdFRS - Como surgiu o coletivo Comunicação Kuery e qual o seu objetivo?

Gérson - O coletivo foi fundado em 2011 por dois membros, no caso eu e o Paulo. Hoje o Paulo não atua mais. A temática foi dita dentro de uma assembleia grande, onde teve várias lideranças importantes, onde essa plataforma de comunicação foi muito importante para manter também o fortalecimento da luta política, do movimento indígena guarani. E um dia a gente conseguiu abraçar isso, a ideia das lideranças importantes, pra gente poder se manter e dizer o que a gente pensa, porque o motivo do qual a gente luta nunca é visibilizado.

Por que será que as pessoas do movimento quando fazem um ato em Brasília, a mídia grande, a rede Globo fala que índios atacam? Mas e aí, a comunicação, a mídia que é independente teria que fazer esse papel, mas também tem seu papel de interesse. E aí como indígena a gente também tem capacidade para fazer isso. Então o coletivo nasce num período muito importante onde a gente consegue transmitir a nossa voz, qual é a nossa luta.

O contexto de uma obra abrange muitas causas, muitas temáticas dentro do povo indígena mbya-guarani aqui do RS, então é uma maneira de luta também e bem estratégica. Hoje, a gente tem ido também num caminho bom com as lideranças, mas também tem etapas, e aí vem pessoas, e vai passando de geração em geração, como um movimento de luta.

A comunicação é importante, daqui um pouco eu descanso, daqui um pouco vem outro, é uma linguagem que hoje a gente vem trabalhando nas comunidades indígenas do povo guarani. É um pouco essa causa que a gente abraçou e a gente tem ido muito longe com isso, a gente conscientizou muitas pessoas do motivo do qual a gente luta, da onde a gente quer colocar essa voz, porque a gente faz essas mobilizações, é um pouco disso. Então essa é a história de onde nasceu uma etnomídia guarani interna.

BdFRS – Nos últimos anos, o povo guarani tem feito retomadas de territórios. Há alguma ideia de filme sobre esta estratégia de resistência?

Gérson - Quem trabalha com o povo guarani sabe que o povo guarani é muito da espiritualidade. Ao mesmo tempo que são bem religiosas, são bem quietas, geralmente elas não falam muito, quem fala são as pessoas que são da frente. Então a comunicação entra com isso, de que forma a gente tenta trabalhar isso porque está na hora da gente começar sim a se impor também, como outras etnias fazem.

Os guaranis são muito da espiritualidade, acreditam muito nas divindades, então a gente começa a se impor nessa área da comunicação, junto com o movimento indígena guarani. Como é independente, não tem lucro até mesmo para fazer todos os trabalhos que têm acontecido atualmente nas aldeias, daí a gente pensa diferente: vamos fazer uma plataforma pra gente poder criar um meio e mostrar o que de fato acontece.

A gente trabalha muito com fatos e a retomada é muito importante para isso, então onde a gente é independente, mas não pode estar em um lugar distante. É um pouco falta de organização também das pessoas da frente que fazem esse movimento, que também é uma luta da comunicação, é uma discussão que se abriu também.

Em cada acontecimento a gente vem trabalhando com fatos, e com fatos a gente constrói e se aprofunda. E a luta nas retomadas é estratégica também né. Ela é importante, mas também tem certas coisas que a gente precisa meio que deixar em off, porque são modos de estratégia, a gente não pode mostrar muito as nossas armas.

BdFRS - Como vocês buscam recursos financeiros para a produção dos filmes?

Gérson - Ultimamente a gente tem feito vaquinha online ou inscrições em editais pra conseguir os equipamentos. A gente escreveu e conseguiu a compra de equipamento junto com a parceria do Tela Indígena, com a Lei Aldir Blanc. Nossa, foi um ganho pra gente, uma conquista mesmo! Uma conquista onde qualificou, hoje a gente consegue não só pelas ferramentas, abrangeu todas as comunidades, porque são membros de várias aldeias diferentes. Daí cada um tem o seu equipamento e a gente consegue transformar ela em conexão e botar ela nas redes hoje, essa é uma conquista muito importante.

Então o Tela Indígena tem sido muito parceiro, a gente agradece, eu agradeço bastante em nome do coletivo. A gente sempre trabalha pensando também de que forma que a gente pode fortalecer outras instituições, digamos assim, do Tela Indígena mesmo. Então é muito legal, agradeço mesmo!

BdFRS - A cultura dos juruá entende que o homem domina a natureza e coloca cercas nas terras delimitando a propriedade privada. Como a cultura guarani entende a relação do homem com a natureza e como essa visão pode trazer benefícios?

Gérson - É um momento de reflexão, conhecem o povo guarani pelas práticas né, pelo domínio da espiritualidade, falamos um pouco, eu falo isso principalmente pra minha comunidade, pro meu povo. O momento é de reflexão não só pra gente, mas para quem está lá fora, o juruá, o homem branco. Eles sabem que toda natureza, que o mundo todo, quando deus criou a gente, quando Nhanderú criou a gente, o ser humano, ele já deu tudo pra gente, deu a mata pra gente sobreviver, deu o rio pra gente tomar água, pra gente não morrer de sede, deu todas as frutas pro nosso alimento. Não só pra quem é indígena, mas eu acredito que é para todos, por que deus não ama em parte, mas todo o ser humano.

E aí o homem branco é muito ambicioso e egoísta, e o que eles fazem? Eles adoraram uma nota de papel. É onde eles começam a valorizar somente aquele papel, que são as notas de capital. Por ser ignorante eles não veem que todo o espaço da mata também é do homem branco. Só que eles começam a fazer isso diferente, entram nessa etapa onde a infraestrutura da estrada é construída das pedras que são do próprio mundo. As borrachas que eles pegam da seringueira, o látex. Onde eles fazem de tudo, mas sendo que tá ali.

É quando é constituído empreendimentos grandes, prédios, casa chique, sendo que é extraído dali, do seu próprio mundo. Então essa é a maneira que eu digo pro meu povo, que é um momento de reflexão. Não existe divisória pra deus, apenas existe um caminho, que as pessoas mais sábias vão estar sempre fortalecidas no seu próprio ser, com sua própria alma, com seu próprio espírito. Essa é a maneira de eu enxergar as coisas, e digo pro meu povo e pro povo lá fora também, então essa é a maneira que a gente trabalha dentro da espiritualidade.


"O momento é de reflexão não só pra gente, mas para quem está lá fora, o juruá, o homem branco" / Divulgação

BdFRS - O Daniel Munduruku diz que a comemoração do Dia do Índio, do dia 19 de abril, é uma comemoração folclórica e preconceituosa. Ele lembra que nas nossas escolas de juruá as crianças se pintam e desenham ocas em forma de triângulo. A questão é que aqui fora se mostra pouco a diversidade dos povos. O que você entende desta data?

Gérson - Acho que tem que ser válido pras duas coisas. Eu não vou ser ignorante e dizer também que o Dia do Índio é só o dia 19. Mas tenho que entender de que forma que as pessoas lá de fora entendem e como eles me veem. Então é um contexto que tem que fazer uma conversa mesmo sobre isso sabe.

Eu vou falar como um cineasta, como um cara que trabalha no cinema. Eu não vejo “problemas”, mas é uma forma que tem que ser discutida sempre. No dia 19 de abril, comemoração do Dia do Índio, pra mim como índio, é só uma data que juruá colocou pra gente. Quem se considera índio, da sua própria etnia, como um ser guarani independente de outras etnias, tem que se sentir sempre, todo dia é dia do índio, isso é fato! Se o homem branco deu uma data como se fosse só no dia 19, mas não levar também como um crítico de dentro da comunidade, eu também vou ter que estudar qual que é a intenção do homem branco ao fazer aquilo ali.

Eu sou muito um cara de ouvir bastante as pessoas, escutar. Não vejo problema nenhum, só que tem que fazer uma consulta, um diálogo, pra que dois povos, nós os indígenas e o povo lá de fora, os juruá, entremos num bom senso, num consenso.

Eu também vou usar a data que eles criaram para mim, não para me promover, não para aparecer como indígena, mas vou ir naquela data de comemoração e vou levar um legado, uma mensagem. Então é isso, tem que estudar, ouvir, e não ser ignorante com as pessoas. Eu vou ter que escutar e ouvir e ver de que forma eu vou me organizar e o que eu vou dizer, deixar de legado como uma mensagem aproveitando aquele tempo naquela data. Pode ser 10, 20 ou 30 minutinhos, mas deixa uma mensagem.

Isso é uma forma de resistência, então vai ser uma conversa, um diálogo, é um conceito diferente. Então como um cara do cinema, como um cara da comunicação essa é minha visão para isso.

BdFRS - Qual tua idade, desde quando tu trabalha com cinema e como é esse fazer?

Gérson - Eu tenho 28 anos, trabalho desde 2011, desde quando fundou a Comunicação Kuery. Desde lá eu venho sempre trabalhando na questão da temática interna do povo guarani, pegando partes pontuais, bem interessante. Não será a minha visão, mas de que forma nós povo indígena pensamos, de que forma que a gente gostaria de ser visto.

Então essa é a ideia, que não é só minha, mas é do povo todo, do povo guarani. É uma pesquisa, um estudo, são detalhes com conversa, com diálogo, com lideranças, com as pessoas mais velhas, nossos pajés, então é um estudo mesmo dentro da aldeia. Antes de fazer um filme, tem conversa com as mulheres, com as pessoas que trabalham nas medicinas que são as mulheres, com crianças, jovens e adultos, porque é um legado, uma mensagem que eu vou deixar na minha produção, que não será só minha visão, mas de todo mundo.

É uma ideia que é abraçada por todo mundo da minha aldeia. Então são esses pontos estratégicos, como eu te falei, não vou criar uma produção e jogar no Youtube, eu tenho que ter estratégias e essa data comemorativa do dia 19 é um exemplo.

BdFRS - Tu te coloca numa posição coletiva, menos individualista. Isso tem a ver com espiritualidade?

Gérson - É tudo coletivo, eu trabalho no coletivo, principalmente com minha família, eles me dão o suporte pra fazer isso, sabe? Se não fosse minha família já teria sido eu mesmo individualista, mas minha família tem muito forte, que minha mãe e meu pai me ensinaram ser essa pessoa de ouvir, escutar, e ao mesmo tempo, nos momentos certos, ser ouvido também.

BdFRS - Deixe uma mensagem para nossos leitores conferirem os filmes.

Gérson - Para quem quiser acompanhar nosso trabalho, as fotografias, entra no link do Facebook da Comunicação Kuery, ou também pode entrar direto no meu Facebook, lá também tem bastante fotografia, de aldeias, da minha comunidade, das minas ideias de como eu vejo internamente. As produções estão todas divulgadas na página do Facebook. Um abraço e gratidão por esse diálogo.


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Edição: Katia Marko