Paraná

Meio ambiente

MST faz mutirões de plantio de árvores e criação de viveiro no Paraná

Mais de 800 mudas foram produzidas e outras 650 foram plantadas e distribuídas em três cidades do estado, no dia 30

Curitiba (PR) |
Ações marcaram o Dia da Mata Atlântica - Foto: Karina Araújo e Marines Ferreira

O Paraná é o segundo estado brasileiro que mais derrubou Mata Atlântica em 2020, atrás apenas de Minas Gerais. O estado responde por 76% da área desmatada de Mata Atlântica no Sul do país. As regiões onde resta maior presença do bioma no mapa do estado coincidem com territórios da Reforma Agrária, das comunidades tradicionais e indígenas. Com diferentes culturas e modos de vida, esses povos têm em comum a conciliação da produção de alimentos com a preservação do meio ambiente.

Para marcar a data em que se comemora o Dia da Mata Atlântica (30 de maio), comunidades do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná realizaram plantios de árvores, produção de mudas e inauguram um viveiro comunitário.

As ações fizeram parte da Semana Reforma Agrária Popular: Semeando Resistência na Mata Atlântica, que mobilizou acampamentos e assentamentos do Movimento nos estados em que o bioma está presente. Toda essa mobilização faz parte do plano nacional Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis, e vai somar nas 100 milhões de árvores que o MST deve plantar em 10 anos.

As ações também buscaram denunciar a destruição ambiental que o agronegócio tem feito no estado, e também em âmbito federal, de forma ainda mais grave no governo Bolsonaro.

Da produção da muda ao plantio, reflorestando em mutirão 

No acampamento Maila Sabrina, de Ortigueira, norte do estado, um grande mutirão garantiu a produção de cerca de 800 mudas de árvores nativas, frutíferas e flores. A ação ocorreu no dia 27, com participação de pessoas de todas as idades, principalmente mulheres.


Mutirão no Acampamento Maila Sabrina, no norte do Paraná / Coletivo de Comunicação Acampamento Maila Sabrina

A atividade foi constituída em três momentos coletivos: seleção das sementes e mudas; coleta de substrato natural na área de reserva da comunidade; e plantio das sementes e mudas nos saquinhos. Para abrigar as mudas já preparadas, também foi construído um viveiro comunitário artesanal batizado de Espaço Produtivo Paulo Freire. Ali vai ser possível acompanhar o processo de desenvolvimento das mudas até o momento em que serão replantadas nos espaços coletivos e lotes.


Para abrigar as mudas já preparadas, foi construído um viveiro comunitário / Coletivo de Comunicação Acampamento Maila Sabrina

Na cidade de Cascavel, região oeste do estado, a ação ocorreu na Agrofloresta das Escolas do Campo Zumbi dos Palmares e Aprendendo com a Terra e a Vida, localizadas no assentamento Valmir Mota. Foram plantadas 500 mudas de árvores, como continuidade da criação da agrofloresta, iniciada em abril deste ano.

Ângela Gonçalves, diretora da escola Zumbi dos Palmares, explica que o projeto contribui para que a escola faça uma aliança ainda mais forte com a comunidade, além de ampliar o conhecimento e prática sobre a agrofloresta. “É uma partilha de conhecimento. A agrofloresta tem um princípio pedagógico de que as crianças entendam que a gente faz parte do meio ambiente, e que esse meio ambiente tem que ser cuidado e construído, sempre neste ciclo”, garante a pedagoga, que faz parte do acampamento Resistência Camponesa, vizinho à escola.


Em Cascavel, foram plantadas 500 mudas de árvores / Juliana Poroloniczak e Joelma Gomes

Para a diretora, ter uma agrofloresta no ambiente escolar é proporcionar um “laboratório a céu aberto” aos educandos e educandas, que possibilita o aprendizado através das demandas de calcular os tamanhos dos canteiros, a variedade das plantas e dos animais que farão parte da área.

Também foi a partir do ambiente escolar que as famílias Sem Terra comemoraram a Mata Atlântica em Jacarezinho (PR). Na sexta-feira (28), os integrantes da Escola Itinerante Valmir Motta de Oliveira, localizada no assentamento Companheiro Keno, distribuíram 150 mudas de árvores nativas para os moradores da comunidade, junto foram entregues atividades escolares.

*Com informações do Setor de Comunicação e Cultura do MST – PR

Edição: Lia Bianchini