Pernambuco

Análise

Variante P1 do coronavírus predomina atualmente em Pernambuco

Sequenciamento genético não apontou circulação no estado da variante delta, relatada primeiramente na Índia

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O Governo de Pernambuco também solicitou apoio do Ministério da Saúde para ampliação na vigilância genômica - Miva Filho/ SEI

Os resultados de novos sequenciamentos genéticos de amostras positivas para a covid-19 apontaram que a variante P.1 do novo coronavírus é a linhagem que predomina atualmente em Pernambuco. As análises, feitas pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz PE) e pelo Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA/UFPE), a pedido da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), indicaram, ainda, que não há circulação, no momento, da cepa B.1.617, conhecida como variante delta e relatada inicialmente na Índia. Na sexta-feira (04), uma nova rodada de sequenciamento, com casos exclusivamente da região Agreste, seguirá para que seja possível continuar analisando o perfil epidemiológico da doença na região, que vive forte aceleração da pandemia. Os resultados devem sair nos próximos dias.  

Ao todo, dos levantamentos divulgados nesta sexta-feira (04), 233 amostras foram analisadas – sendo 141 testes de pacientes diagnosticados entre janeiro e abril deste ano, sequenciadas pela Fiocruz PE, e 92 amostras biológicas de pessoas confirmadas para a doença em maio, analisados pelo LIKA. Do total de exames encaminhados, 37 foram de pessoas residentes em municípios localizados no Agreste do estado.

"Nós sabemos da importância da vigilância genômica da covid-19 para frear o avanço do vírus e traçar um panorama epidemiológico da doença no Estado. O sequenciamento dessas amostras é essencial para entendermos como está a circulação das diversas cepas do novo coronavírus em Pernambuco, principalmente no Agreste, que vive um momento delicado", ressalta o secretário estadual de Saúde, André Longo.

“A variante P.1, relatada primeiramente no estado do Amazonas, é uma cepa de grande preocupação. A predominância dessa variante no sequenciamento das amostras de pacientes que vivem no Agreste pernambucano pode apontar para uma das causas da aceleração da doença na região nas últimas semanas, associada ao comportamento da população. Os estudos mostram que precisamos ficar atentos e continuar com a vigilância ativa nos próximos dias”, pontua Longo.


O Governo de Pernambuco também solicitou apoio do Ministério da Saúde para ampliação na vigilância genômica, com agilização de sequenciamento genético de amostras da região. O Estado aguarda posicionamento do órgão federal.

Edição: Monyse Ravena