Rio Grande do Sul

Opinião

Artigo | Amar se aprende amando

Neste sábado, 12 de junho, é comemorado o Dia dos Namorados. Mas, afinal, o que é o amor?

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"Amar em qualquer tempo é revolucionário, pois o amor é a própria revolução!" - Foto: Katia Marko

O ser busca o outro ser, e ao conhecê-lo
acha a razão de ser, já dividido.
São dois em um: amor, sublime selo
que à vida imprime cor, graça e sentido.


Carlos Drummond de Andrade

Ele

Soa em todas as bocas
É aclamado por todos os corações
Há quem por amargura e cicatrizes já desistiu dele,
mas não em seu íntimo mais íntimo, acredito eu.

Religiões clamam por ele como cura.
Solução de contratos e cruzadas,
guerras podem se justificar por ele.

Tantos cometeram suicídio, outros morreram de dor (ou de amor pode-se dizer). Enquanto outros se entregaram ao êxtase, e através dele encontraram Deus, a iluminação ou a paz tão rara e almejada pela maioria de nós.

Segundo a teoria quântica, estamos todos entrelaçados (os átomos), num emaranhado de conexões, infinitas. O amor é pura física!
Mas que poder e tamanho mistério envolve o AMOR?
Com suas milhares de camadas e nuances!

As vezes parece nos enganar... - era Amor?
Nos perguntamos quando o fim dele se apresenta.
No entanto quando ele chega não há a menor dúvida! 

E ele vem com tudo, desafiando todas as certezas, desabando as defesas, reconstruindo novas verdades, abrindo um infinito de possibilidades e normalmente nos levando ao eterno desconhecido.

E daí vem o medo... a fé... e aquele desejo ancestral de se diluir no outro, no todo, reencontrar o “lar”.

“A Revolução”
O amor sempre foi e sempre será revolucionário!
Nesses tempos de cólera em que vivemos, gritam nas redes sociais
“Amar em tempos de ódio é revolucionário!!!”

Para mim, Amar em qualquer tempo é revolucionário, pois o amor é a própria revolução!

Ele altera nosso olhar, nossa voz, nossos líquidos, o bater do coração, ele pulsa, ele respira, ele nos enlouquece, e nos deixa mais lúcidos que nunca, ele nos dá sentido, ele não dá garantias, e, no entanto, é ele que nos sinaliza que estamos vivos, e que a vida faz sentido, mesmo não conseguindo senti-lo, seguimos buscando, buscando, buscando.

E ali está ele, em todo lugar
No olhar, no sorriso, numa flor, numa gargalhada, num abraço amigo, num pedaço de pão, na dança inesquecível, no carinho da avó, numa história contada, no primeiro amor, no calor entre as pernas, na saliva, na ciranda, no banho de mar, no amor antigo, no fazer, no aprender e compartilhar...

Mas a essa altura cabe aqui a pergunta,

Mas afinal,
O que é o amor?
e é lamentável que tenhamos que fazer essa pergunta; como diz o Mestre Osho, na realidade, ninguém sabe.

O amor se tornou uma das mais raras experiências da vida. Fala-se a respeito dele, em todos os lugares, no cinema, nas canções, na tv, nas revistas, existe uma indústria para nos suprir de ideias do que seja o amor.

Contudo ele continua sendo um fenômeno desconhecido. E deveria ser um dos mais conhecidos. É quase como se alguém perguntasse o que é comida. Certamente estranharíamos se alguém fizesse essa pergunta. Mas o mesmo vale para a pergunta “O que é o amor”, visto que ele é o alimento da alma.

Quando li isso a primeira vez, fiquei chocada, sabe quando alguém te revela aquela verdade, que você sabe, mas nunca falou sobre isso realmente?

Porque no fundo é a mais pura verdade, a gente sonha com o amor, canta o amor, deseja, mas de fato, a gente vive pouco o amor, por isso estamos assim... mortos de fome, implorando para a humanidade: Mais amor por favor!!!!

Então, eu vou aqui me comprometer comigo mesma, e quem quiser também se comprometa consigo mesmo.

O amor precisa ser uma realidade na nossa vida!

Não apenas um sonho, não apenas um desejo, ele tem que ser vivido!

Nunca é tarde demais para viver o amor.

E como diz Carlos Drummond,

Amar se aprende amando!!!

* Terapeuta corporal, facilitadora de meditações ativas, preparadora de atores para teatro e cinema.

@bella.lomez

* Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko