Pernambuco

VACINA

Após proibição da Astrazeneca em gestantes, Pernambuco acelera vacinação com Pfizer

Somente no primeiro semestre de 2021, o Estado já notificou 104 casos graves do novo coronavírus nas grávidas

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Já foram imunizadas com a primeira dose 58.261 gestantes, o que corresponde a 50% desse público prioritário no estado
Já foram imunizadas com a primeira dose 58.261 gestantes, o que corresponde a 50% desse público prioritário no estado - Foto: Agência Brasil

Pernambuco, que foi o estado pioneiro na vacinação geral de gestantes e puérperas contra a Covid-19 com o imunizante da Pfizer, seguirá vacinando este grupo. Para reforçar a importância de acelerar a imunização das grávidas a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) lançou nesta quarta-feira (07) uma campanha nas redes sociais para conscientizar a população pernambucana sobre o tema. 

Na última terça (06), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão do uso das seguintes vacinas contra a covid-19 em gestantes: o imunizante do laboratório estadunidense Janssen, do grupo Johnson & Johnson, e do laboratório britânico AstraZeneca, produzido em parceria com a Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O motivo é o risco de trombose associado a esses imunizantes em gestantes, ainda que extremamente raro.

Por estar utilizando apenas a Pfizer na imunização das gestantes, o Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19 contabiliza que já foram imunizadas com a primeira dose 58.261 gestantes, o que corresponde a 50% desse público prioritário. 

Para assegurar a imunização de todo esse público no Estado, o Governo de Pernambuco enviou para todos os 184 municípios, além do arquipélago de Fernando de Noronha, 100% das doses da vacina da Pfizer destinadas a gestantes e puérperas - o Estado conta com uma população aproximada de 116 mil pessoas neste grupo.

“Com a suspensão da Anvisa, em 10 de maio, do uso do imunizante da AstraZeneca em gestantes, Pernambuco, numa ação pioneira, decidiu, já em 12 de maio,  descentralizar as vacinas da Pfizer para todo o Estado, contemplando as gestantes e puérperas com ou sem comorbidades. Essa iniciativa, que teve o parecer positivo do Comitê Técnico, foi fundamental para avançar na proteção desse público”, relembra o secretário estadual de Saúde, André Longo.

Os números da doença entre gestantes e puérperas continua preocupando a comunidade médica, deixando em alerta os especialistas. Em todo ano de 2020, Pernambuco registrou 105 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por Covid-19 em gestantes. Somente no primeiro semestre de 2021, o Estado já notificou 104 casos graves do novo coronavírus nas grávidas.

A superintendente de Imunizações da SES-PE, Ana Catarina de Melo, reitera que o imunizante da Pfizer têm sido utilizado fortemente na vacinação desse grupo prioritário, ratificando a eficácia da vacina. “A vacina da Pfizer é segura e eficaz para esse grupo. Vários países no mundo já têm utilizado o imunizante, protegendo suas grávidas e puérperas durante a pandemia. Entendemos que esta é a melhor estratégia, neste momento, para garantirmos a redução da mortalidade materna por Covid em todo o Estado”, ressalta.

A pedagoga Poliana Evas, 33 anos, aguarda a chegada do primogênito Bento e garantiu a sua primeira dose da vacina da Pfizer ainda no mês de maio. “A gestação em si já traz insegurança. E estar gerando uma nova vida no meio de uma pandemia é ainda mais inseguro. Ter me vacinado foi uma comemoração não apenas para mim, mas para toda a nossa família, que agora sente mais segurança no transcorrer da gravidez”, conta.

Assim como outras gestantes, Poliana tem notado o receio de algumas grávidas sobre a segurança das vacinas, mas um fator foi fundamental na escolha pela imunização. “Eu tenho ouvido algumas pessoas falarem do medo de tomar a vacina. Mas o que eu senti, e o que eu imagino que outras mulheres devam sentir também, é um medo maior de ser contaminada com o novo coronavírus e contaminar o nosso bebê. Então, para mim, vacinar-se é um ato de amor, por mim e pelo meu filho”, defende.

 

Edição: Vanessa Gonzaga