Paraná

Direito à saúde

Agentes Populares de Saúde fazem mutirões de atendimento em Curitiba e região metropolitana

Ações acontecem por iniciativa de movimentos populares e da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares

Curitiba (PR) |
Objetivo é fortalecer o acesso da população em situação de vulnerabilidade à saúde de qualidade - Foto: Leonardo Henrique

Com o objetivo de fortalecer o acesso da população em situação de vulnerabilidade social à saúde de qualidade, médicos e médicas, enfermeiras e enfermeiros, psicólogas, estudantes e profissionais de áreas relacionadas têm se unido para realizar mutirões de atendimento e orientação em Curitiba e Região Metropolitana. A ação ocorre mensalmente, de forma presencial, batizada de Mutirão de Agentes Populares de Saúde.

A organização dos mutirões parte da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em parceria com movimentos e entidades que estão inseridos nos territórios urbanos. As agentes realizam formações teóricas e práticas e acompanham as demandas de saúde da população local. Participam profissionais de clínica geral, saúde mental, enfermagem e estudantes das diversas áreas da saúde.


A ação ocorre mensalmente, de forma presencial / Foto: Leonardo Henrique

Já foram feitas ações na Vila Torres e na ocupação Nova Guaporé 2, em Curitiba, e na Nova Esperança, em Campo Magro. A comunidade fica fortalecida, na opinião de Katielen Farias, técnica em enfermagem e moradora da Nova Esperança, onde atua o Movimento Popular por Moradia (MPM).

“A gente apresenta as demandas e os agentes populares de saúde vêm dar esse suporte. O MPM traz esses atendimentos junto com os médicos populares, uma vez por mês, e também mostramos conteúdos para esclarecimento sobre a vacina, uso de máscaras e os cuidados contra a Covid-19”, comenta. Também foram doados máscaras e álcool gel.

Desde o início da pandemia, o MST tem organizado agentes de saúde em territórios rurais e urbanos. “Essas atividades estão salvando muitas vidas durante a pandemia. Cada agente formado cuida de si e da sua comunidade. Formamos os agentes na prática. Atendemos as comunidades e também fortalecemos a luta pelo SUS”, explica Mirelle Gonçalves, educadora popular e integrante do MST. 


Já foram feitas ações na Vila Torres, em Curitiba, na Nova Esperança, em Campo Magro e na ocupação Nova Guaporé 2, em Curitiba / Foto: Leonardo Henrique

Informação e prevenção para combater a pandemia

Além da crise econômica e política pela qual passa o Brasil, o país vive uma situação calamitosa na prevenção à pandemia. São mais de 530 mil brasileiros que perderam a vida e, a cada dia, aparecem novos escândalos referentes a propina na compra de vacinas.

Por outro lado, o MST promove ações solidárias por todo o país. Além da partilha de alimentos (mais de 690 toneladas desde maio de 2020, apenas no Paraná), a informação sobre a Covid-19 também deve chegar às pessoas, principalmente para quem não tem condições de manter o isolamento, com trabalho remoto. O Movimento também realiza formação de agentes populares de saúde no campo, em assentamentos e acampamentos do estado. Cerca de 150 pessoas já passaram por cursos online e presenciais.

Em 2020, a partir da experiência da Periferia Viva de Recife, o Setor de Saúde do MST Paraná iniciou a formação de agentes populares de saúde em acampamentos e assentamentos do estado. Um curso online orientou militantes das áreas da Reforma Agrária para fazer trabalho de informação, explicar o que é a Covid-19 e como se prevenir, defender o SUS e promover a saúde popular e a agroecologia.

Esse atendimento com afeto e atenção é parte essencial para a garantia de uma vida digna. Kety Evelin dos Anjos, moradora da Nova Esperança, levou os 3 filhos para consultar e afirmou que saiu satisfeita. “O doutor nos atendeu muito bem”, conta. “Eu e meu marido ficamos desempregados e, com criança pequena, não tínhamos condição de pagar aluguel. É bom saber que podemos dormir tranquilos e amanhecer com um teto”.


Agentes realizam formações teóricas e práticas, e acompanham as demandas de saúde da população local / Foto: Leonardo Henrique

Edição: Lia Bianchini