LUTA

Após sofrer atentado, ocupação conquista terrenos para construir moradias no Recife

Pistoleiros invadiram acampamento Nelson Mandela e balearam militante na cabeça no último dia 18

Brasil de Fato | Recife (PE) |

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Em nota veiculada nas redes, o MST afirma que foi feito um termo de compromisso entre CEHAB e o movimento - MST PE

Na manhã desta quarta-feira (28), o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MS) anunciou uma conquista para mais de 200 famílias do acampamento Nelson Mandela, na divisa entre as cidades de Recife e Jaboatão dos Guararapes: a conquista de dois terrenos vizinhos aos prédios que as famílias ocuparam serão destinados para a construção de moradia popular em um conjunto residencial no bairro do Jordão

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O acordo foi feito durante a reunião que aconteceu com a presença de representes do Governo de Pernambuco, da Companhia Estadual de Habitação e Obras (CEHAB ) e do mandato do deputado estadual João Paulo.

Para José Severino da Silva, dirigente do MST na região metropolitana, a negociação é uma conquista após os acontecimentos do dia 18. “A gente não sai expulso, como queriam alguns milicianos. Para o movimento e para as famílias é uma grande vitória. No momento em que a gente vive, fazer um acordo e sair com a terra para construir moradia, isso é vitória”, afirma.

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Na noite de 18 de julho, as famílias foram surpreendidas com a chegada de quatro homens armados durante a noite, que agrediram e mantiveram um militante refém e balearam outro na cabeça.

Dez dias após o ocorrido, o clima é de conquista no acampamento após a negociação e a boa recuperação do militante baleado, que já recebeu alta e segue tendo cuidados em casa.

No espaço onde fica a ocupação, que existe há pouco mais de um mês, já está sendo organizada a estrutura provisória, como explica Severino: “Essa foi a grande conquista depois da luta do Nelson Mandela. O acampamento resiste e permanece no local por tempo indeterminado".

"A ideia é construir moradias populares, mas por enquanto estamos organizando os barracos de lona, deixando ruas, fazendo horta comunitária, o local de plenária, cozinha coletiva e o espaço para os sem terrinha”, explicou.

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Em nota veiculada nas redes, o movimento afirma que foi feito um termo de compromisso entre a Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) e o MST garantindo de imediato dois terrenos para construção de moradias populares, onde a limpeza do local fica a cargo da Companhia e a estrutura e planejamento do novo conjunto habitacional caberá ao MST.

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Rebeca Cavalcante e Monyse Ravena