Luta

Vozes Populares | Ataques contra a educação

Rosa Amorim, diretora de cultura da UNE, faz um breve balanço sobre o cenário educacional do país

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No enfrentamento aos ataques, os estudantes atuam  em defesa da educação, mas também pelo direito à alimentação e vacina para todos
No enfrentamento aos ataques, os estudantes atuam  em defesa da educação, mas também pelo direito à alimentação e vacina para todos - @caldaspedr
A nossa tarefa número um é continuar mobilizando os estudantes e a juventude brasileira

Se você não é estudante, certamente tem alguém bem pertinho de você que é. Confirmado? Então provavelmente você deve estar ciente de que desde o início da pandemia a educação brasileira vem passando por diversas reviravoltas.  Além da questão das aulas remotas ou paralisadas, a educação tem sofrido um verdadeiro desmonte ocasionado sobretudo através do desfinanciamento. 

Nesta edição do Vozes Populares, vamos tratar sobre os impactos que os cortes de verbas exercem sobre o direito à educação. E quem vai falar sobre o assunto é Rosa Amorim, diretora de cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Rosa começa fazendo um breve balanço sobre sobre a conjuntura educacional do país e sobre o que está em risco. “A primeira afirmação que podemos fazer é a do momento político que vivemos hoje no Brasil hoje. Um dos momentos mais duros e difíceis para a nossa geração de jovens estudantes, um momento de convergência de uma crise sanitária política, econômica e social, e nesse cenário a juventude brasileira vê também o seu direito a educação ameaçado, com mais cortes no investimento a educação e com isso a gente vê que desde o primeiro momento o governo Bolsonaro já se mostrou como inimigo da educação brasileira”, disse.

Mas e em Pernambuco, como educação pode ser afetada? Rosa, que também é estudante de Teatro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), aponta que é necessário observar de perto os impactos nas universidades públicas que trazem consequências diretas para a vida dos estudantes e também para os trabalhadores da educação. “A UFPE já fez vários anúncios do quanto está difícil manter a vida na universidade desde o seu funcionamento, a conta de água, pagamento dos funcionários, a garantia de permanência e assistência estudantil dentro das universidades por conta dos cortes no orçamento federal”. 


Para ela, um diferencial importante que pode ser olhado de forma positiva, é que as universidades em Pernambuco contam com gestores que assumiram um compromisso com a democracia e que são contrários aos desmontes. “É importante ter um destaque que aqui em Pernambuco eu acho que a gente tem um cenário bom que é ter, apesar dos cortes, reitores que estão do lado da defesa das universidades, estão comprometidos com a democracia, e isso faz toda a diferença porque não há um alinhamento com o Governo Federal e sim com as categorias que constroem a universidade, professores, estudantes... então os cortes afetam, mas a forma como se administra também diz muito.” 

No enfrentamento aos ataques, os estudantes atuam em defesa da educação, mas também pelo direito à alimentação e vacina para todos. “A nossa tarefa número um é continuar organizando e mobilizando os estudantes e a juventude brasileira para ocupar as ruas e dizer que a nossa pauta central se chama “Fora Bolsonaro” para a defesa da vida e para a defesa da educação brasileira. Os estudantes conduziram as primeiras revoltas contra o governo Bolsonaro com os tsunamis de educação. Agora, durante a pandemia, para além da convocação dos atos, a UNE vem puxando uma importante iniciativa que é a organização da campanha “Vida, Pão, Vacina e Educação” que para além de apontar a saída que é o Fora Bolsonaro, a gente também está construindo importantes campanhas de solidariedade para neste momento ajudar o povo brasileiro a enfrentar esse principal fator que se chama fome, desemprego", conclui.
 

Edição: Monyse Ravena