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Rico em vitaminas e antioxidantes, umbu gera renda para agricultura familiar da Bahia

Fruto é a base para o preparo de doces tradicionais do semiárido, como geleias, compotas e o tradicional “nego bom”

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Umbuzeiro é um dos símbolos do sertão brasileiro.
Umbuzeiro é um dos símbolos do sertão brasileiro. - Foto: Divulgação/Cooproaf
O umbu sempre foi uma forma de melhorar a renda dos moradores e dos catadores

Típico da caatinga, o umbu é um fruto arredondado e pequeno, que cabe com facilidade em uma mão. Mas se engana quem julga pelo tamanho: o fruto tem grande valor nutricional, reunindo antioxidantes extremamente importantes para o organismo.

São os chamados polifenóis que ajudam a combater doenças cardiovasculares, prevenir a formação de tumores e a retardar envelhecimento, segundo estudos recentes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Federal do Sertão Pernambucano.

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O fruto ajuda também a combater doenças crônicas, como obesidade, hipertensão e diabetes e é rico em cálcio, fósforo e ferro, nutrientes que auxiliam, entre outras coisas, a fortalecer a imunidade.

“A principal propriedade do umbu são as vitaminas do complexo A, complexo B e complexo C. Eu sugiro que você colha ele mais maduro, para que tenha uma fruta mais docinha, já que ele é uma fruta azeda”, diz a nutricionista Ingrid Moutinho.

Desenvolvimento local 

Mas não é apenas para a saúde que o umbu faz bem. No sertão da Bahia, o fruto garante renda e qualidade de vida de quem coleta e beneficia o fruto, práticas que atravessam gerações.

“Todo mundo, quando fala do umbu, lembra muito de infância, do seu lugar, da sua terra. O umbu sempre foi uma forma de melhorar a renda dos moradores e dos catadores. Na época da safra a gente faz o armazena a matéria prima para, durante o ano, fazermos e vendermos os doces, melhorando a renda dos cooperados”, diz Marilda Ouro, integrante da Cooperativa de Produção e Comercialização dos Produtos da Agricultura Familiar do Sudoeste da Bahia.

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Boa parte dos umbus coletados viram doces, preparados com diferentes receitas, passadas de geração em geração. O carro-chefe é um doce tradicional chamado “nego bom”. São cubinhos com textura de bala mastigável e sabor azedo, característico do fruto. “O docinho nego bom é o mais consumido, o mais vendido. Em seguida vem a geleia, depois a compota e o doce cremoso”, diz Marilda.

E quem quiser se aventurar em receitas com umbu, pode começar pela umbuzada, um doce simples e muito saboroso que leva apenas três ingredientes:

Umbuzada

Ingredientes:
2kg de umbus maduros
Meio litro de leite
Açúcar a gosto


Modo de preparo:
Lave os umbus, separe a popa descartando o carocho. Leve ao fogo acrescentando o leite e o açúcar. Mexa bem até virar um creme. Sirva gelado.

Edição: Daniel Lamir