Paraná

GOVERNO PRIVATISTA

OPINIÃO. Privatização dos Correios: crime contra os trabalhadores

Há também a questão do ataque contra os direitos trabalhistas dos ecetistas

Curitiba (PR) |
"os trabalhadores passam a ter apenas 18 meses de estabilidade, podendo ser demitidos sem justificativa após o período", foto: - Giorgia Prates

Desde a forte greve de 2020, os trabalhadores dos Correios (ECT) preocupam-se com a privatização da empresa pública, o que impactará serviços voltados à população mais pobre e também o segmento de funcionários, que abrange quase 100 mil pessoas. No país do desemprego alto, precarização e informalidade do trabalho, esses empregos garantem segurança, no mínimo, para até 500 mil pessoas em território nacional.

Aprovado na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei (PL) 591/2021 agora passa para análise no Senado. Sabemos dos impactos da privatização e do prejuízo no serviço à população trabalhadora, da possível falta de entrega nas pequenas cidades, do aumento tarifário, e há também a questão do ataque contra os direitos trabalhistas dos ecetistas, seja os que estão na ativa, seja os aposentados, e até contra os já precarizados.

Caso aprovada a privatização no Congresso, graças à dupla Bolsonaro/Paulo Guedes, a serviço do capital financeiro internacional, os trabalhadores passam a ter apenas 18 meses de estabilidade, podendo ser demitidos sem justificativa após o período. Eles podem aderir, em 180 dias, ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) da empresa. Em lugar de ficar no cargo durante 18 meses, o trabalhador pode optar por uma indenização equivalente a 12 meses do atual salário. Sabemos, na prática, a pressão por demissões que pode haver dentro da empresa. Tudo isso se soma ao desvínculo possível com os terceirizados e prestadores de serviços.

É fato que os Correios, empresa eficiente, histórica e lucrativa, em tempos de pandemia representam um grande filão para o Capital. Hoje, parte das vendas de grandes setores da economia passou a ser feita online. Há o risco de um perigoso monopólio privado no setor.

Trabalhadores apontaram greve para o dia 17 de agosto. É essencial a esquerda apoie a greve, dialogue e explique, em cada caixinha de Correios, que a sociedade deve dizer um “não” ao projeto privatista.

 

Edição: Frédi Vasconcelos