Rio Grande do Sul

LUTA SINDICAL

Servidores do RS lotam Assembleia Unificada virtual por melhorias para a categoria

Sindsepe/RS e Sindicaixa promovem debate sobre Campanha Salarial e Dia Nacional de Lutas da categoria

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Diretoria dos sindicatos em assembleia virtual que contou com mais de 250 participantes - Divulgação Sindsepe/RS

Servidores vinculados ao Sindsepe/RS, o Sindicato dos Servidores Públicos do RS, e ao Sindicaixa, organização sindical que congrega os trabalhadores da extinta Caixa Econômica Estadual do RS, reuniram-se de modo virtual, nesta quinta-feira (12) para tratar da Campanha Salarial e da participação no Dia Nacional de Luta dos Servidores Públicos, marcado para 18 de agosto.

Com mais de 250 participantes presentes na videoconferência da Assembleia Geral Unificada, o presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, iniciou a sessão citando a crise econômica, sanitária e social que atinge o Brasil de forma severa, desde março de 2020, em meio ao agravamento da polarização política com as últimas eleições presidenciais.

Érico lembrou que durante todo o ano passado, a categoria teve que sobreviver como pode, e no meio do caminho perderam tragicamente muitos colegas em decorrência da covid-19. “Nós passamos todo o período de pandemia sobrevivendo e administrando as nossas entidades, e é possível que nós tenhamos conseguido juntar algum recurso, portanto agora nós vamos usá-lo pra ir pra cima do Eduardo Leite (PSDB) na campanha salarial”, afirmou.

A presidenta do Sindsepe/RS, Diva Luciana da Costa, iniciou a sua fala destacando que os servidores públicos infelizmente são “a bola da vez” em nível estadual e federal. “A reforma administrativa, que o Leite já fez aqui no estado, e que agora o Bolsonaro está fazendo terrorismo com a PEC 32 no país inteiro, vai causar enormes prejuízos para a população brasileira como um todo.”

A presidenta considera que o governo de Eduardo Leite, privatista e inimigo dos servidores e das servidoras, é agora o grande responsável pela defasagem acumulada de 50% dos salários do funcionalismo, pelo confisco da poupança dos aposentados e pelos vencimentos básicos inferiores ao salário mínimo. “Não dá mais pra aceitar esse arrocho, as mentiras e essa política destruidora implementada pelo governo. Apesar das dificuldades que a gente tem de se mobilizar em meio à pandemia, esse é o momento que a gente tem de ir pra cima do governo Leite com tudo e enfatizar as maldades que eles produziram e continuam produzindo contra nós”, concluiu.

Após sete anos sem reposição inflacionária, servidores exigem 45%

Após a breve introdução realizada pelos presidentes dos sindicatos, a sala virtual foi aberta para a exposição da pauta de reivindicações. Os servidores do estado pedem reposição inflacionária de 45% referente ao período 2014/2021; correção do valor do vencimento básico recebido pelos servidores e servidoras em atividade e aposentados, para que o valor do mesmo não seja inferior ao salário mínimo; fim dos descontos previdenciários para as servidoras aposentadas e os servidores aposentados, garantindo a irredutibilidade salarial; reorganização dos quadros dos servidores e servidoras em atividade e aposentados e aposentadas a fim de corrigir disparidades salariais e injustiças referentes a incorporações de gratificações, parcela autônoma e outras vantagens para garantir a irredutibilidade salarial no momento da aposentadoria; pagamento da gratificação para servidoras aposentadas e para servidores aposentados, conforme legislação aprovada na Assembleia Legislativa; manutenção do IPÊ público, com reabertura dos escritórios no interior e ampliação da rede conveniada; e instituição da data-base para a revisão dos salários, com negociação coletiva.

Segundo os sindicalistas, apesar do número de 45% de reposição inflacionária assemelhar-se com o número do partido do governador Eduardo Leite (PSDB), o fato não passa de mera coincidência. Outros sindicatos já haviam fixado anteriormente tal número em função da corrosão do poder de compra dos salários do funcionalismo público em quase 50%, desde o último reajuste em 2014, ou seja, sete anos sem reposição inflacionária.

Feita a apresentação da pauta de reivindicações, foi apresentada a agenda de mobilização. No dia 16/08, ocorre live de lançamento da campanha salarial, às 19h, transmitida pelas redes sociais dos sindicatos. Já no 18/08, o Dia Nacional de Luta dos(as) servidores(as) públicos(as) das três esferas, será realizado ato unificado, às 11h, em frente ao Hospital de Pronto Socorro em Porto Alegre; concentração e vigília, às 13h, na Praça da Matriz; ato da campanha salarial na Praça da Matriz e entrega da pauta de reivindicações às 14h; e caminhada unificada pelo centro de Porto Alegre contra a PEC 32, às 18h, com concentração na Esquina Democrática.

Conquistas dos trabalhadores se fazem com luta


Érico Corrêa e Diva Luciana da Costa coordenaram a reunião / Divulgação Sindsepe/RS

Após a abertura dos microfones da assembleia para dúvidas e falas dos participantes, Érico Corrêa informou ainda sobre a dinâmica e configuração da campanha salarial. “A nossa campanha não será feita de joelhos, nós não vamos nos apresentar como coitadinhos para o governo. Nós somos trabalhadores e vamos lutar pelos nossos direitos, nos organizando, paralisando, combatendo. Não existe isso de ser ‘amiguinho’ do governo. Todas as conquistas que tivemos foi fazendo greve e não dando tapinha nas costas do patrão e chamando ele de amigo”, ressaltou.

Os sindicalistas ainda responderam questionamentos sobre a integração da campanha com outros sindicatos. Segundo eles, as entidades estão dispostas a ampliar a unidade, e convites para o CPERS Sindicato e reuniões com o Sintergs já foram realizadas, entretanto, nada de concreto foi acordado por enquanto.

Perto do fim da reunião, a presidenta do Sindsepe/RS enfatizou a importância da mobilização e os sindicalistas destacaram ainda a necessidade da presença do funcionalismo público em peso, principalmente no dia da entrega da pauta de reivindicações, na porta do governo do estado, no dia 18 de agosto. “Nós sabemos que é bem desafiador porque é uma luta contra um governo muito forte e a pandemia nos impede de fazer muitas coisas, mas a gente vai ter que dar a cara a tapa agora, fazer a agitação, participar das atividades e colocar a campanha na rua, se quisermos avançar na conquista dos nossos direitos”, anunciou Diva.

Érico completou afirmando que a luta da classe trabalhadora ocorre há séculos e que os trabalhadores nunca conquistaram nada sem travar lutas e batalhas. “Eu estou cansado de ouvir alguém me dizer todo dia que não tem dinheiro pra comer ou para dar comida aos seus filhos, a situação é grave e nós precisamos nos cuidar, mas também nos mobilizar porque a luta depende de todos nós”, finalizou.


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Edição: Marcelo Ferreira