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A disputa bolsonarista pelo 7 de setembro

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"Nós, do campo democrático e de luta, ressignificamos há anos essa data, tornando o Dia da Independência um momento de resistência"
"Nós, do campo democrático e de luta, ressignificamos há anos essa data, tornando o Dia da Independência um momento de resistência" - Mídia NINJA
Será um dos mais importantes 7 de setembro da nossa história recente

Os fortes ventos de agosto movimentaram não só a copa das árvores, mas, também, o cenário político brasileiro. Com o aprofundamento dos ataques à democracia, incentivados pelo presidente Bolsonaro, e crescente insatisfação popular, a previsão é de turbulência e tempo fechado no próximo feriado de 7 de setembro. 

Em todo o Brasil, os movimentos sociais e sindicais convocam o tradicional Grito dos Excluídos, que chega a sua 27ª edição. Desta vez, a denúncia contra o abandono das políticas sociais trazem as necessidades concretas da população no mote: " na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já!" e pedem "Fora Bolsonaro". 

Por outro lado, apoiadores do governo Bolsonaro preparam atos em defesa de pautas antidemocráticas como o voto impresso e o impeachment de ministros do STF. Conteúdos que incitam o ódio e a polarização, além das fake news, alastram-se pelas redes. A crise entre os poderes está posta e a postura das autoridades nesta data será definitiva para os rumos da conjuntura política. 

A comemoração do feriado de 7 de setembro tem sua origem militarizada, com exaltação às tropas das forças armadas, que deram sustentação a ditadura militar no País. Então, não é de se estranhar que um presidente que traz consigo a fetidez dos anos de chumbo, exaltando o regime de 1964, queria se apropriar da data para propagar ideias conservadoras e que ameaçam a nossa ainda frágil democracia. O movimento recebe o financiamento de empresários, apropria-se de um perigoso discurso nacionalista e autoritário e acende um alerta com a possibilidade de insubordinação da Polícia Militar aos governos estaduais e adesão de setores aos atos. 

Nós, do campo democrático e de luta, ressignificamos há anos essa data, tornando o Dia da Independência um momento de resistência. Temos o dever de ocupar as ruas, ainda com todos os cuidados necessários diante da pandemia, para fortalecer a nossa luta em defesa da democracia, neste que será um dos mais importantes 7 de setembro da nossa história recente. Querem nos calar, mas vamos fazer ecoar por todo o país o grito: Fora Bolsonaro!

As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal

Edição: Vanessa Gonzaga