Assumo que sou “conversador” em um assunto: troca de treinadores. Considerando todos os contextos da época, por exemplo, achei precipitadas as demissões de Jair Ventura e Guto Ferreira. Mas a situação de Umberto Louzer já ultrapassava os limites de esperança com muita gente queacompanha o Sport, inclusive comigo. 

Muitos nomes "pesados" entraram na lista de treinadores, uma grande parte com níveis ano-luz acima do padrão financeiro que o clube pode pagar atualmente. A emoção deu um sobressalto na razão poucas semanas após todo um discurso de “pés no chão” na hora dos gastos, e foco na árdua busca do equilíbrio financeiro. 

O comportamento da torcida foi “mais que normal”. Futebol é paixão, seus sonhos muitas vezes extrapolam os sentidos mais cautelosos. Ao mesmo tempo, a administração do clube não se sustenta de sonhos e paixão. A realidade do Sport está cheia de motivos para evitar um treinador com salário mais caro. 

Aparentemente, a atual diretoria ainda tentou nomes de alto nível como Dorival Júnior. Mas a equação não bateria com muitos desses nomes, e o lençol curto entre grana, desconfiança no trabalho e outros casos possíveis bateu entre os nomes nacionais. 

É evidente que o Sport se inspirou no movimento do Fortaleza, que encontrou uma excelente “solução estrangeira” para o comando técnico, com Vojvoda. O Bahia está no mesmo caminho. A escolha não deixa de ser uma aposta, mas dentro do contexto é válida.

Apesar do risco com Gustavo Florentin, há uma margem de projeção bacana também com um treinador que mostrou bons resultados nos países vizinhos. Além disso, sabendo que qualquer treinador contratado no meio do campeonato é correr risco, o Sport manteve sua necessária política de pensar não apenas neste momento, mas na saúde financeira que não pode continuar se arrastando tanto daqui a mais algum tempo.   

*Daniel é torcedor do Sport

Edição: Vanessa Gonzaga