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O Grito Fora Bolsonaro

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"Com o tema 'Vida em primeiro lugar', o Grito de 2021 se contrapõe do jeito certo a quem deseja a morte" - Brasil de Fato PE
Há 27 anos nesse país, Sete de Setembro é o dia do Grito dos Excluídos e das Excluídas

É absolutamente emblemático o buruçu que está se formando em torno do próximo dia 7 de setembro. A data que marca o que se diz ser independência formal do Brasil está em disputa, como tudo que vive e respira nesses tempos cabulosos, covídicos e genocídicos. O miliciano que ainda ocupa o Palácio do Planalto está chamando seus seguidores que ainda restam para as ruas. Correndo o risco de terminar o dia preso, tem esticado a corda em ameaças ao Poder Judiciário e a quem quer que desafie sua sanha autoritária e assassina. 

Só que, como todo mundo sabe, há 27 anos nesse país, Sete de Setembro é o dia do Grito dos Excluídos e das Excluídas. E nesse dia a rua é de quem sonha e luta por um país mais justo para todas as pessoas. É dia de quem não suporta mais nem olhar para a cara nem ouvir a voz do (até agora) presidente.

Durante muito tempo o Grito representou “a verdadeira união das esquerdas”. O momento do ano em que todo mundo se junta. Cada grupo com sua bandeira, entendendo que superar desigualdades para garantir direitos é uma construção permanente. Colam os movimentos sociais do campo e da cidade, a turma das ONGs, os partidos políticos, os coletivos da juventude. No Recife, a Avenida Conde da Boa Vista fica colorida, linda que chega vibra.

Para mim, muitas vezes foi um momento de encontrar as velhas e novas amizades. De abraçar apertado na concentração, de procurar saber como anda a caminhada de cada uma. De renovar forças, trocar energia mesmo. Uma coisa meio confraternização, meio festa, meio pegar na mão de quem tá sofrendo pra todo mundo saber que não pode ter solidão entre quem batalha pelo que é bom. Talvez por isso sempre fiz questão de chegar junto, alimentar meu sentimento militante, renovando a esperança lado a lado de quem está nessa caminhada bem antes de mim.

Esse ano não tem abraço (físico), mas já tou doido pra olhar no olho de cada pessoa com quem cruzar. Vou abrir os braços e sorrir por dentro da máscara. Vou pular bem muito bem perto das batucadas. Vou gritar “fora Bolsonaro” até acabar a voz.

Com o tema “Vida em primeiro lugar”, o Grito de 2021 se contrapõe do jeito certo a quem deseja a morte. Vamos nos destacar não apenas pelo volume de gente. Mas pelo sentimento de esperança, pelo respeito à segurança sanitária, pelo colorido das nossas peles, das nossas roupas, das nossas bandeiras e cartazes.

Por isso tudo, esse ano o desafio é imenso. De ser grande, de ser potente. De não deixar nenhuma dúvida de que quem defende o fascismo no Brasil é a minoria da minoria da minoria. E que não poderá prevalecer.

Te vejo no Derby às 10h?

As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal

Edição: Vanessa Gonzaga