Rio Grande do Sul

AUDIOVISUAL

Documentário "Berimbauzeiro" retrata o Mestre Churrasco e tem pré-estreia neste domingo (26)

Curta-metragem dirigido a seis mãos destaca a arte do mestre de capoeira, criador de berimbaus originais no RS

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Mestre Churrasco é uma grande referência na arte da capoeira no Sul do Brasil - Foto: Luis Ferreirah

Um dos mais antigos mestres em atividade na capoeira angola do Rio Grande do Sul, líder e fundador da Associação de Capoeira Angola Zumbi do Palmares (ACAZUP) e grande referência no sul do Brasil, Mestre Churrasco tem sua arte retratada no documentário curta-metragem “Berimbauzeiro”, que ganha pré-estreia neste domingo (26).

O link de acesso ao filme ficará disponível somente por 48h, no Instagram (clique aqui para acessar).

Mestre Churrasco vivenciou a capoeira desde a infância nas ruas de Porto Alegre, observando esta arte com marinheiros e no aprendizado com o Mestre Cau, com quem iniciou-se na prática. É, também, um grande criador de instrumentos musicais artesanais, especialmente o berimbau. Ele se identifica como “Berimbauzeiro” para apresentar suas experimentações, estéticas e sonoras, com berimbaus diferenciados que cria com conhecimento da flora nativa gaúcha.

Para ampliar o diálogo com o público, na próxima terça-feira (28), às 19h30min, ocorre uma live com transmissão no mesmo Instagram do projeto. Participam o protagonista do filme e os realizadores da obra, Magnólia Dobrovolski, Marco Poglia e Mário Eugênio Saretta. A mediação é da jornalista e produtora cultural Silvia Abreu.

Redes Sociais do Projeto Berimbauzeiro: Instagram / Facebook. Demais informações através do e-mail: [email protected].

O projeto é viabilizado por meio do Edital Criação e Formação – Diversidade das Culturas, realizado pela Secretaria de Estado da Cultura em Parceria com a Fundação Marcopolo, com recursos oriundos da Lei Aldir Blanc.

Sobre o filme

“Berimbauzeiro” tem foco na criatividade e originalidade de Mestre Churrasco, que associa saberes tradicionais, ecologia e arte na elaboração de berimbaus singulares e na prática da capoeira como filosofia de vida. Os diretores escolheram abrir mão de uma narrativa biográfica e linear em favor de abordar o espírito inventivo de um personagem em constante transformação, cuja incessante criatividade se expressa na sua relação com os berimbaus e na prática da capoeira centrada em seu fundamento, mas sempre aberta a novas maneiras de se relacionar com o mundo.

Segundo os realizadores, trata-se de uma obra de caráter mais afetivo e poético do que documental, caráter priorizado em outros trabalhos, a exemplo do projeto Angola Poa, dos mesmos diretores. O roteiro faz uso de fotografias do acervo de Mestre Churrasco e de vídeos produzidos pelo protagonista em seu celular, muitas vezes postados em redes sociais, nos quais mostra as suas criações e a prática da capoeira em matos nas cidades de Porto Alegre e Caxias, lugares que também fornecem as matérias para a confecção de berimbaus e caxixis. 

As locações de filmagem foram escolhidas de acordo com a relação que o protagonista estabelece com espaços públicos da cidade de Porto Alegre, como o lago Guaíba, a Redenção e o Mercado Público Municipal, além de matos urbanos e sua residência em Caxias do Sul, onde construiu um espaço cultural voltado para a capoeira, o qual deve ser inaugurado após a pandemia.

Em 2014, quando participou do projeto “Angola Poa: expressões da Capoeira Angola em Porto Alegre”, o mestre manifestou interesse em produzir um filme. Desde então, tentou-se viabilizar um projeto de documentário envolvendo a sua vida e a sua arte. Ao longo deste período, se estabeleceu uma parceria voluntária entre o protagonista e os diretores, que auxiliaram o mestre na inscrição de editais que contemplaram com prêmios sua trajetória. 

Em 2018, o trio de diretores decidiu começar a captação de alguns registros, mesmo sem financiamento. A pandemia de covid-19 interrompeu o projeto na forma original, que foi adaptado e contemplado, em 2020, com um edital emergencial da Fundação Marcopolo, realizado por meio da lei Aldir Blanc, para a realização do curta-metragem. 

As restrições da pandemia imprimiram um recorte diferenciado ao filme, que em um momento de suspensão de rodas de capoeira permitiram mostrar a conexão do mestre com a natureza, a música e às pessoas à sua volta, sendo, também, um educador da capoeira para a nova geração de sua família. 

A trilha sonora resulta de performances de Mestre Churrasco e conta, ainda, com a participação do músico nigeriano Idowu Akinruli, a partir de toques percussivos da cultura iorubá. O filme apresenta recursos de acessibilidade, como audiodescrição, LSE e legendas em inglês.


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Edição: Marcelo Ferreira