Paraíba

AGROECOLOGIA

CPT realiza oficina sobre milho crioulo com agricultoras/es de 11 comunidades paraibanas

"Ter semente é ter a garantia da soberania alimentar", afirma Rogério Oliveira, da CPT

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Oficina sobre milho crioulo, realizada pela CPT, nesta segunda (24). - Reprodução

Com o intuito de sensibilizar camponesas e camponeses para a importância de fortalecer os bancos de sementes das sementes crioulas, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Paraíba realizou nesta segunda (25), uma Oficina sobre Manejo e Produção de Milho Crioulo.

Em parceria com o Instituto Mãe Terra de Desenvolvimento Social (IMTER), a oficina contou com a participação de 30 agricultoras e agricultores de 11 comunidades paraibanos.

O facilitador da oficina foi o Professor Pedro Balensifer do Instituto Agrônomo de Pernambuco (IPA)/Grupo de Estudo, Sistematização e Metodologia em Agroecologia (GEMA), do Instituto Agrônomo de Pernambuco/REDE SEMEAM - Sementes Crioulas do Agreste Meridional de Pernambuco.

A CPT - Comissão Pastoral da Terra juntamente com o IMTER - Instituto Mãe Terra de Desenvolvimento Social realizaram na manhã do dia 25 de outubro a oficina de manejo e produção de milho crioulo com aproximadamente 30 camponeses e camponesas de 11 comunidades.

"No Nordeste brasileiro, é cultural no café da manhã comer cuscuz e no mercado não encontramos fubá sem ser transgênico, então essa oficina vem contribuir para a formação dos camponeses sobre a importância de guardar sementes de qualidade para que possamos ter um plantio de milho garantido livre de transgênicos. A ideia é que no próximo ano esses agricultores possam processar esses milhos para fazer fubá. O trabalho de guardião de sementes é muito importante porque, ter semente é ter a garantia da soberania alimentar", explicou Rogério Oliveira, responsável pelo setor de produção agroecológica da CPT -PB.

Como resultado da oficina, as camponesas e camponeses vão passar a produzir o fubá livre de transgênicos, contribuindo para a alimentação saudável da população brasileira, como já acontece, por exemplo, com a produção de cuscuz dos camponeses na região do Polo da Borborema.

"O milho transgênico causa muitas doenças. Ele é cancerígeno, é uma produção em laboratório. Colaca-se no mesmo gen da semente, genes de bactéria e a fórmula do agrotóxico, principalmente o roundup para que a planta cresça sem ter ataque de pragas, mas isso é 100% nocivo à saúde", disse Rogério Oliveira.

Para se ter uma ideia sobre o perigo que o milho transgênico representa para a saúde das pessoas e da agricultura, o governo do México publicou um decreto, em janeiro deste ano, proibindo o milho transgênico em território nacional e o uso do veneno agrícola glifosato. O país terá três anos para se adequar à norma.

 

Edição: Heloisa de Sousa