Paraná

Risco

Escolas voltam às aulas presenciais sem condições adequadas de prevenção à covid-19, no Paraná

Sindicato denuncia que o governo recebeu recurso para adaptar escolas, mas usou para outro fim

Curitiba (PR) |
“A gente está com salas lotadas e janelas ainda sem conserto", relata professora - Marcos Santos - USP

Ao longo destes dois anos de pandemia, em grande parte, os alunos das escolas estaduais do Paraná tiveram aulas no formato online, para frear a disseminação do coronavírus, já que o distanciamento social sempre foi uma das medidas mais eficazes. Nesse tempo, a APP-Sindicato, professores, equipes pedagógicas e estudantes levaram ao governo a necessidade de mudanças para o retorno presencial. Com a volta às aulas nesta semana, o sindicato denuncia que nada mudou, e os estabelecimentos de ensino no Paraná não têm condições seguras de prevenção contra a covid-19.

Segundo a presidente da APP-Sindicato, Wakiria Olegário, o governo do Paraná recebeu, no ano passado, um recurso federal destinado a melhorar as estruturas das escolas, porém foi usado para outro fim.

“O governo estadual fez muito investimento em propaganda e as escolas ficaram sem as readequações necessárias. Além disso, um recurso que veio do governo federal para a estrutura das escolas foi realocado pela Secretaria de Educação para tecnologia. Ainda assim, acabamos tendo problemas de acesso à internet em muitas regiões,” diz.

O retorno das aulas presenciais aconteceu em 7 de fevereiro e professores e estudantes encontraram as escolas sem mudanças e ainda com problemas adicionais. “A gente está com salas lotadas e janelas ainda sem conserto, como antes. Tem também o problema da limpeza nas escolas, que está deixando a desejar”, conta uma professora que não quis ser identificada.

Salas de aulas com problemas de ventilação, falta de máscaras adequadas para professores e alunos, escolas sem água encanada, sem refeitórios adequados para fazer o distanciamento social são alguns dos problemas apontados e que não foram solucionados.

Faltam funcionários

“Outro problema que estamos enfrentando agora é que há falta de funcionários para manutenção da limpeza e higienização, por exemplo. Antes, esses funcionários eram contratados pelo estado, mas agora são via empresas terceirizadas. As escolas estão um caos, pois não houve recontratação em número suficiente. O que a gente quer é que o recurso público seja usado para melhorar a escola pública”, defende Walkiria.

A reportagem do Brasil de Fato Paraná entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação. Até a publicação dessa reportagem, não houve retorno.

Edição: Frédi Vasconcelos e Lia Bianchini