Minas Gerais

LIBERTAÇÃO

Editorial | Contra a política da guerra, um projeto coletivo

A política que precisamos, no Brasil e no mundo, ainda precisa ser gestada

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Um novo projeto de Brasil, que seja popular, feminista e antirracista, não será possível com essa política que tem na guerra, na violência e na ausência de democracia, pilares fundamentais - Foto: Júlio César Almeida

O mundo parece que vai de mal a pior. Sem contar a pandemia, que já causou a morte de quase 6 milhões de pessoas, temos a notícia recente sobre a ação do exército russo na Ucrânia em resposta a expansão militar dos Estados Unidos, por meio da OTAN, na região.

Há entre o povo brasileiro uma sensação de impotência e de falta de esperança. Esse sentimento é um pouco inevitável, visto o crescimento generalizado do pensamento fascista, aliado a disputas econômicas incessantes, ao avanço sobre os territórios e à violência sobre as populações.

Fome, desespero e destruição tomam conta da população

Este momento histórico, que exacerba o autoritarismo e a violência, também indica uma tarefa que parece primordial: é preciso transformar radicalmente a política.

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Historicamente, homens brancos do centro do capitalismo mundial, Europa e Estados Unidos, principalmente, têm conduzido guerras e invasões, muitas vezes com um discurso antiarmamentista. Seria curioso, se não fosse absurdo. Aliás, a guerra parece ser uma linguagem masculina, considerando, obviamente, uma noção de “masculino” construída a partir de valores de uma sociedade patriarcal, racista e capitalista.

A política que precisamos, portanto, tanto no Brasil quanto em todo o mundo, ainda precisa ser gestada.

Quando olhamos para trás, sabemos que muitas organizações, movimentos populares, partidos políticos, se empenham para reconstruir a nossa política. Devemos aprender com isso. Mas ainda, tem algo que precisa vir a ser. A essa altura do século 21, é inadmissível, ou pelo menos deveria ser, se falar em guerra, em um contexto em que a fome, o desespero e a destruição já tomam conta da maior parte da população mundial.

Um novo projeto de Brasil

E é justamente pensando nisso que não podemos nos render ao cansaço. Quanto mais cansados, mais vulneráveis, mais submissos, mais explorados. O caminho é árduo e cheio de vai e volta, mas, nunca, ninguém disse que é fácil se rebelar. Pelo contrário, a insubordinação é dolorosa, mas ganha encanto e fica mais simples no coletivo. É o olhar no olho, é estar perto, errando e acertando, chorando e rindo, cuidando e sendo cuidada, que faz da luta cotidiana um alívio no coração.

Nas lutas coletivas, saibamos reconstruir

Talvez para vencer a política da guerra, seja necessário um pouco de amor mesmo. Para reconstruí-la, talvez sejam necessárias novas perspectivas das coisas do mundo, novas noções sobre o tempo, o sujeito, as lutas e as resistências.

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Um novo projeto de Brasil, que seja popular, feminista e antirracista, não será possível com essa política que tem na guerra, na violência e na ausência de democracia, pilares fundamentais. As janelas da história se abrem, saibamos fazer as perguntas corretas. Nas lutas coletivas, saibamos reconstruir.

Edição: Elis Almeida