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Combustíve

Motivo da gasolina cara vai além de guerra da Ucrânia

Com cotação “pelo preço internacional” combustíveis subiram cinco vezes mais que a inflação. Gás, dez vezes mais 

Brasil |
Aumento nas bombas começou bem antes da guerra. Brasileiro ganha em real e compra combustíveis "em dólar" - Giorgia Prates

Gasolina e diesel subindo muito mais que a inflação. Famílias tendo de escolher entre comprar gás ou a comida. Motoristas de aplicativos não conseguindo mais pagar combustível e as contas. Essas situações, que já incomodavam, pioraram ainda mais com os últimos aumentos. 

Por outro lado, a Petrobras vem tendo lucros bilionários, com aumento de mais de 1.000% entre um ano e outro. Nas bombas, o valor da gasolina chegou aos R$ 10 em algumas regiões do país, com preço médio de R$ 7,47, de acordo com a empresa ValeCard, especializada no segmento de frotas e pagamentos eletrônicos. 

Guerra na Ucrânia? 

A Petrobras tenta justificar os aumentos dizendo que não subiu os preços por 57 dias, mas que ao ''serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário ... promover ajustes nos seus preços de venda... (para não correr) riscos de desabastecimento..." , justificou em nota a empresa, que também destacou o que chamou de ''volatilidade decorrente da guerra na Ucrânia'', com o aumento do barril de petróleo no mercado internacional passando a marca dos 110 dólares com conflito. 

Mas não é bem assim, no Brasil os combustíveis já vinham subindo há muito tempo. Segundo a Federação Única de Petroleiros (FUP), o problema é a política do governo Bolsonaro e da Petrobras de indexar o valor do petróleo ao dólar e ao preço internacional. "Desde a adoção da Preço de Paridade de Importação, em outubro de 2016, a gasolina e o óleo diesel, na refinaria, tiveram reajustes de 157%, com inflação de 31,5%. No gás de cozinha, a alta acumulada foi de 349,3%", destacou em nota a FUP. 

Em 11 de março, em meio à guerra na Ucrânia, o valor do preço do barril de petróleo chegou a 113 dólares. No entanto, em 2008, em meio à crise econômica mundial, o barril chegou a ser negociado a 146 dólares, mas o litro da gasolina estava a R$ 2,52, em média, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo. 

 

Edição: Frédi Vasconcelos