Minas Gerais

LUTA

Movimento Brasil Popular, fundado em MG no domingo (20), promete ajudar a derrotar Bolsonaro

O evento contou com a participação de aproximadamente 500 pessoas de todas as regiões do país

Brasil de Fato | Minas Gerais (MG) |
No encontro, que homenageou Luís Gama, o movimento afirmou a importância da luta antirracista no Brasil e o compromisso com a igualdade étnico-racial - Foto: Guilherme Gandolfi

Construir comitês populares pela candidatura de Lula e fortalecer a unidade das organizações do campo democrático e popular são algumas das tarefas apontadas pelo recém fundado Movimento Brasil Popular.  A organização política, social e cultural ganhou vida no último domingo (20), na Assembleia Nacional de Lutadores e Lutadoras do Povo - Luís Gama. 

O encontro, que aconteceu dos dias 17 à 20 de março, na cidade de Sarzedo (MG), contou com a presença de mais de 500 participantes, dentre eles os dirigentes de partidos e movimentos populares, como Walter Sorrentino, do PCdoB; Gilberto Carvalho, do PT; Paula Coradi, do PSOL; Kelli Mafort, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Rud Rafael, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto; e Deyvid Bacelar, da Federação Única dos Petroleiros. 

É um movimento que nasce compreendendo a realidade do país

Além da participação do MST, integrantes do Levante Popular da Juventude, do Movimento de Trabalhadores por Direitos (MTD), da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM) também estiveram no encontro.

Para a professora e sindicalista Aline Maia Silva, o encontro ter acontecido em Minas Gerais representa um marco para a resistência popular no estado.  “Fortalecemos nossa luta por aqui também.  Temos um governo estadual que atua da mesma forma que o governo federal, colocando em prática uma política que retira direitos do povo e favorece os interesses de grandes empresas, como as mineradoras que estão de olho nos nossos recursos naturais”, afirma.

Movimento nacional e de massas

Em carta divulgada após o encontro, os participantes reforçam que o Brasil vive um momento de aprofundamento das crises social, política, econômica, sanitária e ecológica. Reforçam ainda que o governo de Jair Bolsonaro é responsável pelos mais de 650 mil brasileiros mortos durante a pandemia da covid-19, pelos altos índices de pessoas desempregadas e pelos mais de 19 milhões que passam fome  no país.

Diante desse cenário, a nova organização acredita que a transformação do Brasil só será possível com milhões de brasileiros e brasileiras em luta. “Estamos afirmando que a reconstrução da Nação perpassa pela construção de um forte movimento político de massas, que eleja Lula presidente e que combine as diversas formas de luta: social, institucional e ideológica, com centralidade no fortalecimento da organização popular”, explica o documento.

Diversidade chama atenção

Ao olhar as fotos do encontro é fácil perceber a grande quantidade de mulheres, negras e negros, jovens e LGBTI+. Isso foi o que mais chamou a atenção de Adriana Souza, coordenadora Frente Brasil Popular de Contagem, militante do movimento SOS Vargem das Flores e pré-candidata a deputada estadual de Minas Gerais pelo PT.

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“Uma organização que nasce com o protagonismo desses sujeitos é um movimento que nasce compreendendo a realidade do país”, avalia.

Compromisso com a luta antirracista

No encontro, que homenageou Luís Gama, o movimento afirmou a importância da luta antirracista no Brasil e o compromisso com a igualdade étnico-racial. 

A partir da compreensão de que a escravidão é o principal trauma da formação brasileira, o Movimento Brasil Popular entende que a luta pelo abolicionismo radical  é elo fundamental na construção de um projeto popular para o país.

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Além da igualdade étnico racial, o novo movimento assume ainda o compromisso com as lutas em torno da soberania, do desenvolvimento, da sustentabilidade, da democracia, da solidariedade e do feminismo.

Quem foi Luiz Gama

Nascido em Salvador (BA), no ano de 1830, Luís Gama, que era filho de um descendente de portugueses e de Luísa Mahin, uma escravizada liberta, foi vendido como escravo pelo pai aos 10 anos de idade. Alforriado aos 17, Gama passou a atuar junto ao movimento abolicionista. Aprendeu a ler, a escrever e começou a estudar Direito como autodidata. 

Ao longo de sua vida, libertou mais de 500 escravos por via judicial. Em  junho de 2021, a Universidade de São Paulo (USP) concedeu ao lutador, que é simbolo do movimento negro brasileiro, o título de doutor honoris causa.

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Edição: Larissa Costa