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Coluna Notas BDF: sem "fake news" Bolsonaro não ganha eleição

Base bolsonarista se mobiliza para derrubar urgência em votação de projeto que pretende conter mentiras na rede

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O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) é relator do PL que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet - Divulgação Câmara dos Deputados

Eleição fake 

A base bolsonarista se mobilizou na quarta, 7, para derrubar o pedido de urgência de votação na Câmara dos Deputados de projeto que pretende controlar as fake news. O discurso oficial foi o de manter as liberdades (inclusive para mentir), mas foi ouvido no plenário da Câmara que sem as fake news “Bolsonaro não ganha as eleições”. O pedido de urgência teve 249 votos favoráveis, mas precisava de 257. O mérito do projeto ainda será votado. 

Luta pelas redes 

Como já aconteceu nas eleições de 2018, as redes sociais e as fake news devem ter papel decisivo nas eleições deste ano. E é o terreno em que Bolsonaro nada de braçada. Levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre março e abril deste ano, mostra que Bolsonaro lidera com certa folga em interações e visualizações na rede.  

Números 

No monitoramento amplo, os bolsonaristas controlam 25,84% dos perfis e geraram 50,66% das interações no período. Lula tem 34,73% dos perfis e conta com 29,16% das interações. No Twitter, Bolsonaro apareceu com 2,95 milhões de interações contra 2,53 milhões de Lula. No Instagram, Bolsonaro obteve 9,2 milhões de interações, com Lula batendo em 5,9 milhões. 

Batalha pelo Telegram 

Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais mostrou, em meados de 20121, que o Telegram teve grande crescimento no Brasil. E, segundo o levantamento, 92,5% dos usuários que seguem temas políticos estão em grupos e canais bolsonaristas (1,443 milhão de membros), 1% em grupos e canais de esquerda (apoio Lula e Ciro Gomes, com 15.956 membros) e 6,5% em grupos e canais indefinidos (100.199). O volume mensal de mensagens nos grupos monitorados saiu de 21.805 em janeiro de 2020 para 145.340 em janeiro de 2021 — aumento de 566% em um ano. 

Edição: Ana Carolina Caldas