Paraná

Entrevista

Com greve, professores do Paraná reivindicam pagamento da data base e outros direitos

Para a presidente da APP-Sindicato, ato no dia 29 também marca a memória do massacre contra os servidores, em 2015

Curitiba (PR) |
"Infelizmente, a situação do servidores só piorou de 2015 para cá", diz presidente da APP-Sindicato - Foto: APP-Sindicato

Nesta sexta (29), professores da rede estadual de ensino do Paraná farão ato e greve por um dia em memória ao massacre de 2015 e pelo pagamento da data-base, além de melhores condições de trabalho e o fim do assédio, das terceirizações e do confisco da previdência de aposentados.

Em entrevista ao Brasil de Fato Paraná, a professora e presidente da APP-Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto, fala sobre as atuais reivindicações e rememora o 29 de abril de 2015, quando o então governador Beto Richa autorizou que a polícia atirasse bombas e desse tiros com balas de borracha contra manifestantes que estavam protestando contra o projeto de reestruturação da previdência.

Confira a entrevista:

BdF-PR – Quais marcas do 29 de abril de 2015 ficaram para os servidores públicos do Paraná?

Walkiria Mazeto – A violência, a truculência do Estado sobre servidores para garantir a retirada de direitos e a impunidade dos envolvidos. É absolutamente inaceitável que, apesar das fartas provas e imagens da brutalidade, nenhum agente público tenha sido responsabilizado pelo massacre.

De lá para cá, qual o balanço em relação aos direitos dos servidores?

Infelizmente, a situação do servidores só piorou de 2015 para cá. O Estado passou a usar outras formas de violência para continuar retirando direitos e atacando as categorias. A pandemia foi usada como justificativa para o injustificável.

O governador se aproveitou do momento em que todos e todas estavam lutando para sobreviver ou vivenciando um luto coletivo e aprovou, na Assembleia Legislativa, diversas leis que alteram ou extinguem direitos conquistados com muita luta.

Este 29 de abril de 2022, além de marcar a data, também traz novas reivindicações?

Neste 29 de abril, faremos greve por tempo determinado. O chamado é de paralisação das atividades nas diversas categorias do serviço público.

Levaremos para as ruas a memória da violência vivenciada em 2015, para que nunca mais se repita, e também pelas nossas pautas: a reposição da data-base, acumulada em mais de 34%; implantação de vários itens das carreiras; alteração na base do desconto previdenciário para aposentados/as; revogação da lei que permite a terceirização de funcionários de escola, entre outras da organização da escola e da defesa de uma educação pública de qualidade.

Edição: Frédi Vasconcelos e Lia Bianchini