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Brigadas Digitais da CUT são lançadas em Pernambuco; saiba como se tornar um brigadista

As Brigadas consolidam a internet como mais um espaço para a disputa política por direitos

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Na prática, qualquer pessoa pode criar uma Brigada Digital. A meta é chegar a 6 mil até o fim do anoNa prática, qualquer pessoa pode criar uma Brigada Digital. A meta é chegar a mil até o fim do ano - Brasil de Fato Pernambuco

Ampliando a presença digital e firmando a internet como mais um espaço para a militância política, a Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE) inaugurou as Brigadas Digitais em Pernambuco nessa sexta-feira (29). O evento foi realizado na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe), no bairro de Santo Amaro, área central do Recife.  

O lançamento contou com uma mesa composta por Roni Anderson, da Secretaria Nacional de Comunicação da CUT; Marcelo Fragoso, coordenador dos Comitês de Luta da CUT; e Admirson Medeiros, conhecido como Greg, secretário adjunto de Comunicação da CUT. Também estiveram presentes representantes de movimentos sindicais e populares. A iniciativa foi lançada já com quase cem inscritos, e a meta é chegar a mil brigadistas só no Estado.

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Paulo Ubiratan, da Secretaria de Comunicação da CUT-PE, que mediou a conversa, diz que as brigadas vêm como uma resposta à questão das fake news como prática do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e de partidos aliados. “Essa prática nefasta, que vive da mentira, da utilização de robôs, e a gente quer utilizar o militante, a pessoa que vive no bairro, a mãe e o pai de família - o cidadão comum - para poderem se posicionar em relação a isso e repassar as informações corretas”, afirmou.

Na prática, qualquer pessoa pode criar uma Brigada Digital. A ideia é formar grupos no WhatsApp de pelo menos dez pessoas que se tornarão multiplicadoras de conteúdo em favor de direitos. "Diariamente vamos fornecer informações que de fato estão ocorrendo, e essas pessoas multiplicam. A ideia é construir uma rede de comunicação", explicou Paulo.

Para formar uma brigada, basta criar um grupo no aplicativo mensageiro e cadastrá-lo no site oficial. Também é possível cadastrar um grupo que já existe. Os organizadores passarão por uma formação online em Comunicação. “Quanto mais gente melhor. Todo mundo pode e deve fazer parte das brigadas digitais. Estamos estimulando os brigadistas a convidar mais gente, crescer cada vez mais para disseminar nas suas redes os conteúdos e executar tarefas específicas”, falou Greg Medeiros.


Lançamento foi oficializado em evento na sede do Sintepe, na última sexta-feira (29) / Brasil de Fato Pernambuco

Segundo ele, o objetivo nacional é ter 60 mil brigadas atuando até o fim do ano. “Queremos que em cada sindicato no País [vinculado à] CUT haja uma brigada digital e um comitê popular”, definiu. Roni Anderson completou que Pernambuco conta com sindicatos em praticamente todas as cidades. “Organizar uma brigada é organizar os amigos dentro de um grupo pra convencer a derrubar Bolsonaro”, chamou.

As Brigadas Digitais têm relação direta com os Comitês Populares, lançados em Pernambuco no último dia 23. Ambos são iniciativas de organização política para encorpar a luta por direitos. “A gente está trazendo essa ideia de q o sindicato tem papel muito claro na negociação coletiva. Mas o que a gente tem aprendido é que as relações de trabalho não resolvem tudo, e os problemas mais profundos que a classe trabalhadora enfrenta dizem respeito às formas que os projetos de governo são implementados. Há necessidade de a gente lutar pela subversão dos projetos, e batalhar por um projeto que seja favorável aos trabalhadores”, ponderou Marcelo Fragoso. 

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Ele detalha que os Comitês surgem com a perspectiva de juntar pessoas - sejam sindicalistas ou do movimento popular, do movimento da juventude, do movimento hip hop, das igrejas - para organizar um trabalho regular e uma presença política nos territórios.

Por extensão, essa luta acontece também nos canais digitais, lembrou ele. “Não existe separação entre real e virtual. O que acontece na rede é real: organiza, mobiliza, convence e captura pessoas. Quando a gente chega com a proposta das Brigadas, é de aliar ao nosso trabalho no território sobre o que precisa mudar no Brasil. Essa presença conjunta é nosso esforço para construir e reconstruir essa força social importante, que é a força do trabalho.”


 

Edição: Rani de Mendonça